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Cristina Kirchner vai ao Supremo da Argentina para tentar derrubar condenação
Se a Corte rejeitar o recurso, a sentença se tornará definitiva. Nesse caso, a líder da oposição poderia solicitar prisão domiciliar


A ex-presidenta da Argentina Cristina Kirchner recorreu, nesta segunda-feira 31, à Suprema Corte pela sentença de seis anos de prisão imposta a ela por dois tribunais, contestando um dos juízes porque ele foi nomeado por decreto pelo presidente Javier Milei.
Kirchner, de 72 anos, foi condenada em primeira instância em 2022 e em segunda instância em 2024 a seis anos de prisão e inelegibilidade perpétua por “administração fraudulenta” na concessão de obras rodoviárias durante suas presidências (2007-2015).
Se a Suprema Corte rejeitar seu recurso, a condenação se tornará definitiva. Nesse caso, a líder da oposição poderia solicitar prisão domiciliar devido à sua idade.
Kirchner também criticou o juiz Manuel García Mansilla, nomeado para a Suprema Corte em fevereiro por decreto do presidente ultraliberal. Sua nomeação e a do juiz Ariel Lijo serão discutidas pelo Senado nesta quinta-feira 3, embora o partido no poder atualmente não tenha votos para fazê-lo.
Kirchner, que também foi vice-presidenta (2019-2023), argumentou que Milei declarou em uma entrevista de rádio na semana passada que a ex-presidente “vai ser presa”.
A ex-presidenta afirmou na rede X que essa declaração constitui “uma intromissão indevida e intolerável em assuntos judiciais, tem impacto direto na situação do juiz nomeado em comissão que foi colocado no cargo, como já foi dito, pela vontade exclusiva de Javier Milei, que exige minha condenação à prisão”.
A Suprema Corte não tem prazo específico para proferir uma decisão. Quando questionado sobre uma resolução em curto prazo, um dos advogados de Kirchner, Carlos Beraldi, respondeu que “essa possibilidade não existe” porque há um total de 10 recursos apresentados à Suprema Corte.
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