Coreia do Norte testa mísseis e EUA pedem o fim das provocações

Testes balísticos em direção ao mar aconteceram um dia após o governo de Pyongyang sugerir a retomada do diálogo com Washington

Trump e Kim (Foto: AFP)

Apoie Siga-nos no

A Coreia do Norte realizou disparos de “projéteis” em direção ao mar nesta quarta-feira 2, um dia depois de o governo de Pyongyang sugerir a retomada do diálogo com os Estados Unidos, informou o Estado-Maior das Forças Armadas sul-coreanas. Após os tiros, provavelmente de mísseis balísticos, os Estados Unidos pediram para Pyongyang “parar com as provocações” e continuar as discussões sobre seu programa nuclear.

Segundo o Estado-Maior de Seul, a “Coreia do Norte disparou projéteis não identificados” da cidade oriental de Wonsan, em “direção ao Mar do Leste”, nome que os coreanos dão ao Mar do Japão. “Nossos militares acompanham a situação diante de eventuais disparos adicionais”, destacou o Estado-Maior, sem especificar o tipo projétil. Em exercícios recentes foram utilizados mísseis de curto alcance.

Segundo o porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga, um dos projéteis disparados nesta quarta-feira pelos norte-coreanos parece ter violado a Zona Econômica Exclusiva do Japão.

Anúncio de retomada das negociações

Na terça-feira 1, véspera dos disparos, uma alta fonte diplomática norte-coreana disse que Pyongyang concordou em retomar o diálogo com Washington ainda esta semana. Os dois países aceitaram organizar uma reunião de “contatos preliminares” no dia 4 de outubro e negociações de trabalho no dia seguinte, segundo a vice-ministra norte-coreana das Relações Exteriores, Choe Son Hui, citada pela agência de notícias oficial KCNA.

“Espero que estas reuniões em nível operacional acelerem o desenvolvimento positivo das relações entre a República Popular e Democrática e os Estados Unidos”, declarou a vice-ministra.

O anúncio de retomada do diálogo foi confirmado pelos Estados Unidos pouco depois. O local da reunião não foi informado.


Diálogo bilateral interrompido desde fevereiro

As negociações entre Pyongyang e Washington estão interrompidas desde o fiasco da segunda cúpula, realizada em fevereiro em Hanói, entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente americano, Donald Trump.

Eles haviam se encontraram novamente em junho, na Zona Desmilitarizada (DMZ), na fronteira entre as duas Coreias estabelecida desde o final da guerra (1950-53). Neste breve encontro, Trum et Kim Jong-un haviam concordado em retomar o diálogo sobre o programa nuclear de Pyongyang.

As manobras militares conjuntas entre os americanos e os sul- haviam dificultado a organização da nova reunião. As relações bilaterais melhoram após a demissão do ex-conselheiro americano de Segurança Nacional, John Bolton, conhecido por sua firmeza contra o regime norte-coreano. Mas agora, os novos tiros, podem voltar a complicar a situação.

*Com informações da AFP

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.