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Coreia do Norte tem pior colheita em mais de uma década

Onda de calor, tufão e enchentes prejudicam produção de alimentos no país. Quase 11 milhões de coreanos necessitam de ajuda humanitária

Coreia do Norte tem pior colheita em mais de uma década
Coreia do Norte tem pior colheita em mais de uma década
Falta comida na Coreia do Norte (Foto: AFP)
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A Coreia do Norte registrou em 2018 as piores colheitas em mais de uma década devido sobretudo a desastres naturais, falta de terra própria para a agricultura e métodos agrícolas ultrapassados, afirma a ONU.

O país sofre há anos uma grave escassez de alimentos por causa de problemas na sua agricultura e também em consequência das sanções da comunidade internacional, motivadas pelo programa nuclear e de mísseis do regime norte-coreano.

Segundo a ONU, as colheitas do ano passado somaram 4,95 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 500 mil toneladas ou de 9% em relação a 2017.

“É a menor produção em mais de uma década”, afirmou o coordenador-residente da ONU no país, Tapan Mishra, salientando que a queda resultou numa grande escassez de alimentos.

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Como resultado, 10,9 milhões de coreanos, ou 600 mil a mais do que no ano anterior, necessitam de ajuda humanitária. A Coreia do Norte tem 25 milhões de habitantes.

As Nações Unidas pedem 120 milhões de dólares para providenciar ajuda imediata a 3,8 milhões de indivíduos em necessidade extrema, incluindo mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiências, afirmou Mishra.

A agricultura norte-coreana tem dificuldades para se desenvolver porque o país não tem acesso às mais recentes tecnologias ou fertilizantes. O rendimento agrícola fica, por isso, muito abaixo da média global.

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Por ser um país essencialmente montanhoso, apenas 20% da terra é adequada para o cultivo. A colheita de 2018 foi prejudicada por uma onda de calor prolongada, em julho e agosto, um tufão e enchentes.

Mishra disse que as sanções internacionais causaram atrasos no fornecimento de ajuda humanitária à Coreia do Norte e obrigaram grupos de assistência a reduzir suas operações no país.

Segundo ele, sem financiamento adequado, a única opção que restará para algumas agências será fechar projetos que salvam a vida de milhões.

Sanções da ONU não se aplicam à ajuda humanitária, mas, segundo organizações de ajuda, interpretações rigorosas de algumas proibições fizeram com que a ajuda quase cessasse em 2018.

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