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Coreia do Norte registra 21 mortes no 1º surto de Covid reconhecido pelo governo

Desencadeado no fim de abril, o surto se espalhou de forma explosiva, com mais de meio milhão de pessoas afetadas por febre

Foto: AFP
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A Coreia do Norte reportou neste sábado 14 (noite da sexta 13 no Brasil) 21 novas mortes por “febre”, em meio ao primeiro surto de Covid-19 no país, que ordenou um confinamento nacional diante da expansão “explosiva” do vírus.

De acordo com a agência oficial KCNA, na sexta-feira foram registrados 174.440 novos casos de febre, 81.430 pessoas curadas e 21 mortes. O veículo não especificou quantos testaram positivo para o coronavírus.

Os especialistas atribuem esta indefinição à escassa capacidade de testagem da Coreia do Norte, que admitiu na semana passada seus primeiros casos de Covid desde o início da pandemia.

Desencadeado no fim de abril, o surto se espalhou de forma “explosiva”, com mais de meio milhão de pessoas afetadas por febre e quase trinta mortos.

“O número total de pessoas doentes em todo o país era de 524.440, das quais 234.630 haviam se recuperado plenamente e 288.810 estavam recebendo tratamento. O número de mortes até agora é de 27”, informou a agência KCNA.

Com seus 25 milhões de habitantes não vacinados e um sistema de saúde cambaleante, o poder norte-coreano ordenou medidas de confinamento por todo o país para tentar conter o surto.

Seu líder, Kim Jong Un, disse nesta sexta-feira que “a maior prioridade é bloquear a propagação do vírus, fechando zonas ativamente e isolando e tratando as pessoas com febre de forma responsável”.

Pela segunda vez nesta semana, Kim convocou em caráter de urgência o birô político e admitiu que o surto estava causando “grandes turbulências” no país, noticiou a KCNA.

Depois de dois anos de bloqueio autoimposto com o exterior, a Coreia do Norte anunciou na quinta-feira que vários pacientes com febre na capital, Pyongyang, tinham testado positivo para a Covid. Na sexta-feira, informou a morte de um deles.

A mídia estatal atribui as mortes à “negligência, incluindo a overdose de medicamentos, devido à falta de conhecimento dos métodos de tratamento científico”.

China como exemplo

Na reunião com a cúpula política do regime, Kim discutiu “distribuir prontamente medicamentos de emergência” e introduzir “táticas científicas e métodos de tratamento para diferentes pacientes, incluindo aqueles com características especiais”, noticiou a KCNA.

Segundo esta informação, o líder assegurou que tinha “fé de que podemos superar esta doença infecciosa maliciosa no período mais curto possível”.

Os especialistas afirmam que o isolado país asiático, dotado de armamento nuclear, dispõe de um dos piores sistemas sanitários do mundo, com falta de medicamentos e equipamentos essenciais.

Ainda mais isolada do mundo durante a pandemia, a Coreia do Norte rejeitou ofertas de vacinas antiCovid de China, Rússia e Organização Mundial da Saúde.

Kim assegurou que seu governo seguirá o exemplo de gestão sanitária da China, a única grande economia mundial a manter uma estratégia de erradicação do vírus com severas restrições fronteiriças, confinamentos e testes em massa.

“Deveríamos tirar lições das experiências e dos feitos proveitosos em prevenir o vírus do Partido Comunista da China e de seu povo”, disse Kim.

Depois de quase dois anos mantendo o vírus à distância, o gigante asiático experimenta agora surtos da cepa Ômicron que provocaram novos confinamentos em grandes cidades como Xangai, cujos 25 milhões de habitantes estão quase totalmente confinados há semanas.

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