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COP30: Lula cobra países ricos sobre o custo climático das guerras

Sob olhar de europeus, o presidente afirmou que o conflito na Ucrânia forçou a reabertura de minas de carvão

COP30: Lula cobra países ricos sobre o custo climático das guerras
COP30: Lula cobra países ricos sobre o custo climático das guerras
O presidente Lula fala durante a sessão sobre transição energética da Cúpula de Líderes da COP30 – Foto: Rafa Neddermeyer/COP30 Brasil Amazônia/PR
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou a sessão temática sobre transição energética nesta sexta-feira 7, segundo dia de Cúpula de Líderes da COP30, para cobrar os países ricos sobre o custo climático das guerras.

Ao discursar na abertura da sessão, sob o olhar de líderes de diversas partes do mundo, Lula fez críticas indiretas aos europeus (presentes ao encontro) e os estadunidenses (ausentes) pelo incentivo à guerra na Ucrânia.

“O conflito na Ucrânia reverteu anos de esforços para redução de emissões de gases de efeito estufa e levou à reabertura de minas de carvão. Gastar com armas o dobro do que destinamos à ação climática é pavimentar o caminho para o apocalipse climático”, disse o líder brasileiro.

O presidente brasileiro também aproveitou a reunião de líderes para pedir apoio para que superação da pobreza energética. Ele destacou o pouco acesso a combustíveis adequados para cozinhar e o acesso precário a energia nas periferias e nas comunidades rurais da América Latina, África e Ásia.

“Sem energia, também não há conexão digital, hospitais funcionando ou agricultura moderna. Sem equacionar a injustiça de dívidas externas impagáveis e sem abandonar condicionalidades que discriminam os países em desenvolvimento, andaremos em círculos”, disparou.

Em seu discurso, Lula criticou ainda a Organização Internacional Marítima (IMO, na sigla em inglês), que adiou por pelo menos um ano a certificação do etanol como alternativa de combustível para embarcações, o que ajudaria a reduzir as emissões de carbono.

“O etanol é uma alternativa eficaz e imediatamente disponível para adoção nos setores mais desafiadores, como a indústria e os transportes. É lamentável que pressões e ameaças tenham levado a Organização Marítima Internacional a adiar esse passo”, pontuou.

“Os cientistas já cumpriram seu papel. Nesta COP, os negociadores devem buscar o entendimento. E nós, os líderes, devemos decidir se o século XXI será lembrado como o século da catástrofe climática ou como o momento da reconstrução inteligente”, concluiu.

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