Mundo

Conservadores britânicos perdem dois redutos, mas evitam ‘desastre eleitoral’

A previsão de que o primeiro-ministro Rishi Sunak se tornaria o primeiro chefe de governo em décadas a perder três assentos em um dia não se confirmou

Foto: HENRY NICHOLLS / POOL / AFP
Apoie Siga-nos no

Os conservadores britânicos perderam amplas maiorias em dois eleitorados tradicionalmente amigáveis nesta sexta-feira (21), mas mantiveram o reduto do ex-primeiro-ministro Boris Johnson em eleições parciais determinantes para as parlamentares do ano que vem.

O primeiro-ministro Rishi Sunak, que parecia a caminho de se tornar o primeiro chefe de governo em décadas a perder três assentos em um dia, conseguiu evitar um desastre eleitoral humilhante.

O partido de Sunak perdeu para os centristas do Liberal Democrata o eleitorado de Somerton e Frome (sudoeste), anteriormente ocupado pelo conservador David Warburton, que renunciou por sua dependência ao uso de cocaína.

Também perdeu, desta vez para os trabalhistas, a circunscrição eleitoral de Selby e Ainsty, no norte do país.

Mas os conservadores conseguiram manter o assento de Uxbridge e South Ruislip no oeste de Londres, desocupada por Boris Johnson quando ele renunciou ao Parlamento após o escândalo das festas em Downing Street.

O Partido Trabalhista começou como favorito embora afetado pela impopular prorrogação do imposto sobre veículos poluentes. Mas o conservador Steve Tuckwell conseguiu a vitória por apenas 500 votos de vantagem (13.965 contra 13.470).

Esta é uma “notícia fantástica” que “mostra que os conservadores podem vencer em Londres e arredores”, reagiu Boris Johnson, de 59 anos.

O líder trabalhista Keir Starmer celebrou “um resultado histórico que mostra que as pessoas veem o Trabalhista como um partido que mudou”.

A batalha de Sunak

Sunak, de 43 anos, entrou em Downing Street em outubro do ano passado, depois das saídas forçadas de Johnson, arrastado pelos escândalos, e de Liz Truss, rapidamente destituída depois de provocar pânico financeiro com seus cortes de impostos não financiados.

Mas se esses resultados se repetirem nas eleições gerais do próximo ano, os conservadores podem sofrer uma severa derrota nacional.

“As eleições parciais no meio do mandato de um governo em exercício são sempre difíceis, raramente vencidas”, disse Sunak nesta sexta-feira, durante uma visita a Uxbridge e South Ruislip.

“A mensagem que levo comigo é que temos de redobrar os nossos esforços, manter o nosso plano e honrar a população (…) e ganhar a sua confiança para as próximas eleições”, acrescentou.

Esta semana, o nível de confiança do atual primeiro-ministro caiu para o nível mais baixo desde que ele chegou ao governo, com uma opinião desfavorável de 65% dos britânicos, segundo o instituto YouGov.

No início do ano, Sunak prometeu aos britânicos reduzir pela metade a inflação vertiginosa, impulsionar o crescimento econômico e reduzir o tempo de espera no serviço público de saúde.

Mas desde então fez pouco progresso e persistem os temores de que o Reino Unido entre em recessão este ano.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo