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Conservador vence o 2º turno presidencial na Finlândia

Pekka Haavisto reconheceu sua derrota para o ex-primeiro-ministro Alexander Stubb

Alexander Stubb (E) e Pekka Haavisto, candidatos à Presidência da Finlândia em 2024. Foto: Heikki Saukkomaa/Lehtikuva/AFP
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O ex-primeiro-ministro conservador Alexander Stubb venceu, neste domingo 11, as eleições presidenciais da Finlândia, de acordo com os resultados oficiais, em uma votação marcada por tensões com a Rússia desde a adesão do país à Otan.

Após o fechamento das seções eleitorais, às 20h (15h de Brasília), e a apuração de 96% dos votos, os resultados oficiais deram a Stubb 51,7% dos votos e a seu rival Pekka Haavisto, 48,3%.

“Alexander, parabéns ao 13º presidente da Finlândia”, disse Haavisto, membro do partido Verde, mas que concorreu como candidato independente, em declarações à emissora Yle, após a publicação dos resultados.

“O único em que posso pensar agora é a gratidão. É uma grande vitória para a democracia na Finlândia, estou muito orgulhoso de todos os finlandeses que votaram”, reagiu Stubb quando os primeiros resultados provisórios foram publicados.

O chefe de Estado, com menos poderes que o primeiro-ministro, é eleito para um mandato de seis anos e lidera a política externa do país em estreita colaboração com o governo. Ele também é o comandante supremo das Forças Armadas.

Seu papel ganhou importância desde o início da guerra na Ucrânia e da adesão da Finlândia à Otan, à qual a Rússia prometeu responder com “contramedidas”.

O país escandinavo, que compartilha 1.340 quilômetros de fronteira com a Rússia, permaneceu neutro durante a Guerra Fria e tem sido um fiel defensor do diálogo entre os países ocidentais e a Rússia.

No entanto, após a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Finlândia encerrou três décadas de não alinhamento militar.

Em agosto, a Finlândia acusou Moscou de orquestrar uma crise migratória em suas fronteiras. Como resultado, decidiu fechar sua fronteira com a Rússia em novembro, medida apoiada por ambos os candidatos.

Reforço das sanções

“O fato de termos acabado de aderir à Otan é de grande importância”, analisou Theodora Helimaki, pesquisadora de Ciências Políticas da Universidade de Helsinki.

O novo presidente, segundo a especialista, será “em grande parte” responsável pela forma como a aliança será implementada no país.

Cerca de 4,3 milhões de eleitores tinham como missão escolher entre Alexander Stubb e Pekka Haavisto. Ambos trabalharam como ex-ministros das Relações Exteriores e compartilham a mesma visão sobre a postura a ser adotada em relação à Rússia, com um reforço das sanções.

“A situação política internacional é muito complicada para nós neste momento, acho que realmente precisamos de um presidente que possa trabalhar com os diferentes partidos políticos e que possa negociar”, explicou uma eleitora, Maarit Tarkiainen, médica de 46 anos, à agência AFP.

Em 2022, o presidente em exercício, Sauli Niinistö, eleito em 2012 e considerado o líder europeu em exercício que mais conversava com Vladimir Putin, comunicou diretamente sua decisão de ingressar na Otan.

Desde então, as relações com Moscou congelaram e nenhum dos candidatos esperava uma ligação do Kremlin após as eleições.

A diferença entre os candidatos está nos detalhes, de acordo com a pesquisadora Theodora Helimaki, que cita o tema do armazenamento e do transporte de armas nucleares na Finlândia.

Enquanto Haavisto não quer autorizá-los, Stubb considera que o país não deve excluir “nenhuma parte” da política de dissuasão nuclear da aliança.

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