Mundo
Conselho de Segurança da ONU aprova resolução sobre força internacional em Gaza
Para o Hamas, a medida ‘não responde às exigências e aos direitos’ dos palestinos
O Conselho de Segurança da ONU votou nesta segunda-feira 17 a favor de uma resolução dos Estados Unidos que reforça o plano de paz para Gaza do presidente Donald Trump, que inclui o envio de uma força internacional e um caminho para um futuro Estado palestino.
Houve 13 votos a favor do texto, que Washington qualificou após a votação como “histórico e construtivo”, com abstenções da Rússia e da China e sem vetos.
O embaixador dos Estados Unidos na ONU, Mike Waltz, disse que “a resolução de hoje representa outro passo significativo que permitirá a Gaza prosperar e um ambiente que permitirá a Israel viver em segurança”.
O texto, revisado várias vezes como resultado de negociações de alto nível, “respalda” o plano de Trump, que possibilitou um frágil cessar-fogo entre Israel e o Hamas no território palestino devastado pela guerra.
Grande parte da Faixa de Gaza foi reduzida a escombros após dois anos de confrontos e bombardeios, desencadeados pelo ataque do Hamas ao território de Israel em 7 de outubro de 2023.
O plano de paz autoriza a criação de uma Força Internacional de Estabilização (ISF, na sigla em inglês) que trabalharia com Israel e Egito, além de policiais palestinos recém-treinados para ajudar a garantir as áreas fronteiriças e desmilitarizar a Faixa de Gaza.
A ISF tem o mandato de trabalhar na “desativação permanente das armas de grupos armados não estatais”, proteger civis e garantir os corredores de ajuda humanitária.
Também autoriza a formação de uma “Junta de Paz”, um órgão de governo transitório para Gaza — presidido, em teoria, por Trump — com um mandato até o fim de 2027.
A resolução também menciona um possível futuro Estado palestino.
O grupo Hamas lamentou nesta segunda-feira a adoção dessa resolução, pois “não responde às exigências e aos direitos” dos palestinos.
“A resolução impõe um mecanismo de tutela internacional à Faixa de Gaza, o que nosso povo, suas forças e seus componentes rejeitam, e impõe um mecanismo destinado a alcançar os objetivos” de Israel, afirma o movimento islamista palestino em um comunicado.
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