Mundo
Congresso do Peru decide em duas semanas sobre julgamento preliminar do presidente
Em um documento entregue ao Congresso, a Procuradoria Nacional apresentou uma denúncia constitucional contra Castillo pelo crime de organização criminosa


O Congresso do Peru, dominado pela direita, anunciou nesta quarta-feira (12) que decidirá em duas semanas se abrirá um julgamento preliminar contra o presidente Pedro Castillo, de esquerda, depois que o Ministério Público acusou-o do suposto crime de organização criminosa.
“Temos dez dias úteis para determinar se procede, ou não”, disse à imprensa Lady Camones, que lidera a Subcomissão de Acusações Constitucionais, responsável pela decisão.
Essa subcomissão é o primeiro obstáculo a ser superado no Congresso pela denúncia da procuradora-geral Patricia Benavides contra Castillo. Trata-se de uma situação inédita no Peru.
Após avançar em várias instâncias, o processo pode levar à sua destituição do cargo.
Camones anunciou que o pedido começará a ser avaliado na sexta-feira. Se for declarado procedente, terá início um julgamento político preliminar para Castillo, o qual pode durar entre dois e três meses até chegar ao plenário do Congresso.
O plenário do Congresso é a única instância que pode decidir o destino de Castillo. Ele foi eleito no ano passado para governar até julho de 2026.
Ontem, em um documento entregue ao Congresso, a Procuradoria Nacional apresentou uma denúncia constitucional contra Castillo pelo crime de organização criminosa.
A denúncia inclui dois ex-ministros acusados de tráfico de influência: Juan Silva, ex-titular de Transportes e Comunicações, e Geiner Alvarado, ex-ministro da Habitação. Ambos são acusados de fazerem parte da organização supostamente dirigida por Castillo na Presidência.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.