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Congresso do Peru arquiva pedido de destituição contra presidente Boluarte

A moção de vacância da presidente será arquivada depois de 64 congressistas votarem contra, 37 a favor e 10 se absterem

A nova presidente do Peru, Dina Boluarte. Foto: Presidencia Perú
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O Congresso do Peru arquivou, nesta terça-feira 4, um pedido de destituição contra a presidente Dina Boluarte, promovido pela esquerda opositora diante da repressão aos protestos que eclodiram após a deposição de seu antecessor, Pedro Castillo, que deixaram cerca de 50 mortos.

“Foram a favor 37 congressistas, 64 contra, 10 abstenções: portanto, a moção de vacância da presidente Dina Boluarte não foi admitida e é arquivada”, anunciou o presidente do Congresso, José Williams.

A sessão contou com a participação de 114 dos 130 legisladores. Segundo o regulamento do Congresso, era necessário um mínimo de 50 votos para que a moção fosse levada a debate. Várias bancadas de esquerda votaram a favor, enquanto os votos contra e as abstenções vieram dos partidos de direita e extrema direita.

O congressista Hamlet Echeverría defendeu a moção por “incapacidade moral”, afirmando que Boluarte ordenou a “execução” de 50 manifestantes, a maioria de grupos que tentaram tomar de assalto dois aeroportos nas regiões de Puno e Ayacucho, e foram repelidos pelas forças estatais.

A iniciativa contra Boluarte foi promovida por movimentos de esquerda afins ao ex-presidente Castillo, que foi destituído pelo Congresso em 7 de dezembro após uma tentativa fracassada de golpe de Estado ao tentar dissolver o Legislativo e governar por decreto.

Aos 60 anos, Boluarte, que era vice-presidente de Castillo, assumiu o poder em 7 de dezembro, cargo que deve exercer até julho de 2026.

Apesar da rejeição, os legisladores podem continuar apresentando moções de destituição contra a governante. Castillo, que exerceu 17 meses de seu mandato, enfrentou dois pedidos deste tipo antes de ser deposto.

Sua queda desencadeou violentos protestos nas regiões andinas do sul do Peru e em Lima, com mais de 50 mortos e mil feridos. Em 10 de janeiro, o Ministério Público abriu uma investigação contra Boluarte por supostos crimes de “genocídio, homicídio qualificado e lesões graves”, embora ela desfrute de imunidade, que a impede de ser eventualmente levada a julgamento enquanto estiver no poder.

As manifestações contra Boluarte exigem a renúncia do governo, o fechamento do Congresso e a antecipação das eleições gerais.

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