Mundo
Congressista republicano de origem brasileira é acusado de ‘desacreditar’ a Câmara dos EUA
‘A conduta do representante George Santos merece condenação pública, é indigna de seu cargo’, diz relatório


O republicano George Santos, congressista pelo estado de Nova York, que se destacou por suas repetidas mentiras desde sua eleição no fim de 2022, “desacreditou gravemente” a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, concluiu a comissão de ética da instituição em um relatório publicado nesta quinta-feira 16.
Em 1º de novembro, uma maioria da Câmara, controlada pelos republicanos, votou contra cassar o mandato de Santos. O legislador, que é filho de brasileiros, é acusado a nível federal de fraudar seus doadores e enfrenta acusações de lavagem de dinheiro e fraude eletrônica.
Santos admitiu ter mentido para os eleitores ao inventar diversas partes de sua vida.
Pelo X, o antigo Twitter, ele indicou nesta quinta que cumprirá seu mandato “enquanto permitirem”, mas esclareceu que não buscará a reeleição em 2024.
“A conduta do representante Santos merece condenação pública, é indigna de seu cargo e desacreditou gravemente a Câmara”, afirma em seu relatório o grupo de investigação formado em fevereiro pelo comitê de ética.
Segundo o documento, o congressista “buscou explorar de forma fraudulenta todos os aspectos de sua candidatura para obter benefícios econômicos pessoais” e “mentiu constantemente a seus eleitores, doadores e pessoal sobre seus antecedentes e experiência”.
A comissão instou os colegas de Santos a “tomar qualquer medida que julguem adequada e necessária para fazer cumprir o mandato constitucional da Câmara, que obriga a regular a conduta de seus membros”.
Além disso, informou que enviou ao Departamento de Justiça suas conclusões sobre os fatos, pelos quais Santos está sendo processado criminalmente.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

China rebate afirmação de Biden que tratou Xi Jinping de ditador após encontro entre os dois líderes
Por CartaCapital
Xi e Biden concordam em restabelecer comunicação militar em cúpula ‘produtiva’ nos EUA
Por AFP
Pesquisas apontam queda na aprovação de Biden e mostram Trump como favorito para 2024
Por André Lucena