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Como criar mártires

A estratégia de Israel em Gaza tende a amplificar a “mitologia” em torno do Hamas

Propriedade? Israel não tem data para desocupar a Faixa de Gaza e recusa a existência de um Estado palestino – Imagem: Jack Guez/AFP
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No fim de 1935, um pequeno grupo de milicianos comandados por um religioso islâmico nascido na Síria lançou uma campanha de guerrilha contra o governo britânico ocupante, que tinha entre seus objetivos a fundação de um “lar nacional” judaico no que era então a Palestina predominantemente árabe. A campanha foi rapidamente suprimida pelas forças britânicas, e seu líder, Izz as-Din al-Qassam, morto, assim como a maioria de seus homens.

A atitude de Qassam de pegar em armas e morrer a serviço da causa palestina causou, no entanto, uma impressão profunda e duradoura na sociedade palestina, e seu “martírio” tornou-se um símbolo de sacrifício que continuou a reverberar nos últimos 90 anos e acabou por inspirar o nome para a ala armada do Hamas no fim dos anos 1980. O fato de Qassam ter fracassado era essencialmente irrelevante. Mais importante foi sua personificação do espírito de resistência resoluta e altruísta ao domínio estrangeiro, apesar do desequilíbrio de poder e da tênue perspectiva de sucesso. Qassam também colocou o movimento nacionalista palestino no rumo da “luta armada”, mais tarde adotada pelo movimento da “corrente dominante” de Yasser Arafat, o Fatah, a partir do fim dos anos 1950, mas cujo papel diminuiu desde os acordos de Oslo com Israel em 1993.

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