Mundo
Comissão Interamericana de Direitos Humanos denuncia veto eleitoral a Corina Yoris na Venezuela
Yoris foi nomeada pela liberal María Corina Machado para substituí-la nas eleições


A Comissão Interamericana de Direitos Humanos pediu, nesta sexta-feira 5, que a Venezuela garanta a participação da oposição nas eleições presidenciais de julho e criticou a exclusão de Corina Yoris, apoiada pelo maior bloco opositor do país.
“Impedir a participação de algumas candidaturas opositoras no processo eleitoral confirma que o Poder Eleitoral não oferece garantias de independência e imparcialidade” e isso “anula a possibilidade de realizar eleições presidenciais livres, justas e competitivas”, protestou em comunicado.
Yoris foi nomeada pela liberal María Corina Machado para substituí-la nas eleições, já que ela não podia se candidatar devido à sua inabilitação imposta pela Controladoria, alinhada ao oficialismo.
Chegada a data limite, “Yoris não pôde formalizar sua inscrição em nome da Mesa da Unidade Democrática (MUD) devido à persistência” de “problemas técnicos”, aponta a CIDH.
“Essas ações restringem a oferta eleitoral, desencorajam a participação política e perpetuam um governo repressivo”, denuncia a Comissão, que faz parte da Organização dos Estados Americanos (OEA).
“O Estado da Venezuela deve garantir a participação política da oposição nas eleições presidenciais, sem arbitrariedades”, insiste.
Como consequência, “pede a adoção urgente de medidas para restabelecer a separação e independência do poder eleitoral, do poder judiciário e demais poderes públicos” para “reconstruir a democracia e a confiança nas instituições públicas”.
Esta semana, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, chamou de “circo” o alarde pelo veto a Yoris.
“O circo começou, a campanha começou, há nervosismo em Washington, há nervosismo nos sobrenomes da oligarquia, há nervosismo na direita regional, parem de nervosismo”, disse.
A exclusão de Yoris gerou fortes críticas não apenas dos Estados Unidos, mas também de Colômbia e Brasil, considerados aliados de Maduro.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.