Mundo
Comissão eleitoral russa questiona legitimidade de voto por correio nos EUA
Vitória do democrata Joe Biden pode aumentar as tensões com a Rússia


A presidente da Comissão Eleitoral russa, Ella Pamfilova, considerou nesta segunda-feira 9 que o voto por correio nos Estados Unidos deixa “imensos espaços” para possíveis fraudes eleitorais, endossando assim as alegações da equipe de Donald Trump.
“No passado, tive a oportunidade de estudar minuciosamente a experiência do voto por correio nos Estados Unidos. Para mim, a conclusão é clara: é um anacronismo que, em sua variante americana, abre imensos espaços para possíveis falsificações”, disse Pamfilova à agência estatal de notícias russa TASS.
Segundo ela, o sistema de votação por correio nos Estados Unidos permitiria “votos múltiplos, perda de votos ‘indesejáveis’, votação de mortos”, devido à “falta de controle sistemático do processo eleitoral por via postal em seu conjunto”.
Derrotado pelo democrata Joe Biden na eleição presidencial dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump não reconheceu a vitória de seu rival, considerando, sem apresentar provas, que a votação foi fraudulenta, em um contexto de enorme adesão ao voto pelo correio, devido à pandemia de coronavírus.
O presidente russo, Vladimir Putin, é um dos raros líderes mundiais que não parabenizaram Joe Biden.
As relações entre a Rússia e os Estados Unidos não pararam de se deteriorar desde que Moscou foi acusada de ingerência na eleição presidencial de 2016 para favorecer a eleição de Donald Trump. Ele e o presidente russo negam essas acusações.
A eleição de Joe Biden pode aumentar as tensões com a Rússia. Ex-vice-presidente de Barack Obama, Biden sempre prometeu mais firmeza frente à Rússia.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.