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Comemorações do PSG na Champions têm saldo trágico: mortes, feridos e saques
Ao todo, 559 pessoas foram detidas durante a madrugada, sendo 491 em Paris, o que resultou em 320 prisões preventivas — 254 delas na capital
As ruas de Paris estavam em festa na noite de sábado 31 para comemorar a vitória do PSG sobre a Inter de Milão na Liga dos Campeões. Porém, durante as celebrações, duas pessoas morreram e 192 ficaram feridas em todo o território francês, segundo um primeiro balanço do Ministério do Interior divulgado neste domingo 1°.
Em coletiva à imprensa, o chefe da polícia da capital, Laurent Nuñez, avaliou que o balanço do esquema de segurança — que contou com 5.400 policiais e militares em Paris — “não é nem um sucesso, nem um fracasso”. Segundo ele, “não se deve minimizar [esses] incidentes”, mas, ao mesmo tempo, é importante “evitar estigmatizar os torcedores do PSG”. Nuñez acrescentou que o balanço, ainda provisório, é “menos grave do que em ocasiões anteriores”.
Em Paris (Île-de-France), a maioria das ocorrências foi registrada nos arredores da avenida Champs-Élysées. Além disso, houve quatro saques a comércios da capital, e nove policiais e militares ficaram feridos.
Ao todo, 559 pessoas foram detidas durante a madrugada, sendo 491 em Paris, o que resultou em 320 prisões preventivas — 254 delas na capital.
Em Dax, no sudoeste do país, um jovem de 17 anos foi morto a facadas, segundo fontes policiais. A segunda vítima fatal foi um motociclista de 23 anos, atropelado por um motorista que comemorava o título.
Em Coutances (Normandia), um policial ficou gravemente ferido no rosto após ser atingido por um morteiro de artifício, segundo o Ministério Público local.
Quebra-quebra: uma “explosão de emoções”?
Torcedores do PSG entrevistados por rádios e TVs locais nos arredores da Champs-Élysées, após a vitória do clube, expressaram uma alegria imensa, mas alguns também tentaram justificar os atos de vandalismo e os confrontos com a polícia.
Vários afirmaram que tudo foi resultado de uma “explosão de emoções” depois de anos de frustrações e derrotas. Um torcedor declarou: “A gente esperava por isso há tanto tempo, é normal que as coisas saiam um pouco do controle.”
Outros destacaram o caráter histórico da conquista, dizendo que “foi uma libertação, uma revanche depois de tantos anos sem um título europeu”. O único clube francês a erguer o troféu antes do PSG foi o Olympique de Marselha, em 1993.
Alguns minimizaram os incidentes, chamando-os de “casos isolados” ou “exageros de alguns exaltados”, e pediram para que os torcedores do PSG não fossem generalizados ou estigmatizados.
O próprio jogador Ousmane Dembélé fez um apelo à calma, dizendo: “Vamos comemorar, mas sem destruir Paris”.
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