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‘Combater a fome na África é prioridade’

Novo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, brasileiro pretende reduzir fome no mundo pela metade

Graziano prometeu dar prioridade à África na luta pela "eliminação da fome" no mundo. Foto: Alberto Pizzoli/AFP
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José Graziano da Silva concedeu nesta terça-feira 3 sua primeira entrevista coletiva como diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). O brasileiro prometeu prioridade à África na luta pela “eliminação da fome” no mundo, como seu primeiro objetivo estratégico.

“A África continuará como prioridade de meu mandato. Eu participarei da reunião da União Africana no fim de janeiro e também viajarei ao Chifre da África”, disse.

A região, composta por quatro países (Etiópia, Quênia, Somália e Djibouti), abriga mais de 13 milhões de pessoas. No último ano, a área enfrentou a maior seca dos últimos 60 anos e provocou, junto a conflitos locais, uma onda de deslocados internos na Somália.

Dezenas de milhares de somalis buscaram segurança e alimentos na capital Mogadíscio, enquanto outros fugiram do país para campos de refugiados no Quênia.

Graziano, eleito para o cargo em junho passado, é o primeiro representante da América Latina no comando da agência. O brasileiro substituiu o senegalês Jacques Diouf, que liderou a organização de luta contra a fome, problema que atinge quase um bilhão de pessoas em todo o mundo, por 17 anos.

O ex-ministro da Segurança Alimentar e do Combate à Fome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e responsável pelo programa “Fome Zero”, destacou que pretende “reduzir pela metade o número de pessoas que sofrem com a fome” no mundo. Ele também prometeu aumentar os recursos destinados à África.

A FAO pediu à comunidade internacional para não financiar apenas uma ajuda emergencial contra o problema, mas que também invista na agricultura a longo prazo para evitar a repetição de crises alimentares e volatilidade nos preços destes itens. “Nós acreditamos que os preços não vão subir, mas também não devem descer rapidamente. Haverá reduções, mas não será uma queda drástica, a volatilidade vai continuar”, afirmou.

Durante a publicação de seu índice sobre preços de alimentos em novembro, a FAO previu uma manutenção dos valores a um nível elevado em 2012. A organização salientou ainda que o custo dos alimentos subiu em mais de um terço durante o ano passado nos países mais pobres.

Fome Zero

Questionado sobre o exemplo do Brasil no combate à fome, Graziano disse ser “muito importante que cada país encontre seu próprio caminho” para o problema. Segundo ele, o caso brasileiro “deve ser adaptado para os sistemas locais para funcionar”. “Não há mágica para combater a fome”, alertou.

“Esta não é uma função unicamente dos governos, mas também da sociedade civil e do setor privado. Também precisamos da ajuda de igrejas e sindicatos na luta contra a fome”, acrescentou.

O brasileiro destacou ainda a necessidade de aumentar a eficiência da própria FAO, muitas vezes criticada por seu caráter burocrático.

Ao longo da coletiva, Graziano também manifestou preocupação com a situação na Síria. “Toda vez que há um conflito interno em um país, o nosso trabalho fica mais difícil e enfrentamos problemas de segurança alimentar.”

Com informações AFP.

*Leia mais em AFP

José Graziano da Silva concedeu nesta terça-feira 3 sua primeira entrevista coletiva como diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). O brasileiro prometeu prioridade à África na luta pela “eliminação da fome” no mundo, como seu primeiro objetivo estratégico.

“A África continuará como prioridade de meu mandato. Eu participarei da reunião da União Africana no fim de janeiro e também viajarei ao Chifre da África”, disse.

A região, composta por quatro países (Etiópia, Quênia, Somália e Djibouti), abriga mais de 13 milhões de pessoas. No último ano, a área enfrentou a maior seca dos últimos 60 anos e provocou, junto a conflitos locais, uma onda de deslocados internos na Somália.

Dezenas de milhares de somalis buscaram segurança e alimentos na capital Mogadíscio, enquanto outros fugiram do país para campos de refugiados no Quênia.

Graziano, eleito para o cargo em junho passado, é o primeiro representante da América Latina no comando da agência. O brasileiro substituiu o senegalês Jacques Diouf, que liderou a organização de luta contra a fome, problema que atinge quase um bilhão de pessoas em todo o mundo, por 17 anos.

O ex-ministro da Segurança Alimentar e do Combate à Fome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e responsável pelo programa “Fome Zero”, destacou que pretende “reduzir pela metade o número de pessoas que sofrem com a fome” no mundo. Ele também prometeu aumentar os recursos destinados à África.

A FAO pediu à comunidade internacional para não financiar apenas uma ajuda emergencial contra o problema, mas que também invista na agricultura a longo prazo para evitar a repetição de crises alimentares e volatilidade nos preços destes itens. “Nós acreditamos que os preços não vão subir, mas também não devem descer rapidamente. Haverá reduções, mas não será uma queda drástica, a volatilidade vai continuar”, afirmou.

Durante a publicação de seu índice sobre preços de alimentos em novembro, a FAO previu uma manutenção dos valores a um nível elevado em 2012. A organização salientou ainda que o custo dos alimentos subiu em mais de um terço durante o ano passado nos países mais pobres.

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Questionado sobre o exemplo do Brasil no combate à fome, Graziano disse ser “muito importante que cada país encontre seu próprio caminho” para o problema. Segundo ele, o caso brasileiro “deve ser adaptado para os sistemas locais para funcionar”. “Não há mágica para combater a fome”, alertou.

“Esta não é uma função unicamente dos governos, mas também da sociedade civil e do setor privado. Também precisamos da ajuda de igrejas e sindicatos na luta contra a fome”, acrescentou.

O brasileiro destacou ainda a necessidade de aumentar a eficiência da própria FAO, muitas vezes criticada por seu caráter burocrático.

Ao longo da coletiva, Graziano também manifestou preocupação com a situação na Síria. “Toda vez que há um conflito interno em um país, o nosso trabalho fica mais difícil e enfrentamos problemas de segurança alimentar.”

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