O comandante em chefe do Exército do Uruguai, Guido Manini Ríos, ficará preso por 30 dias por ter emitido uma opinião sobre um projeto de lei proposto pelo governo do país. De acordo com Tabaré Vázquez, presidente do Uruguai, Ríos “atua de boa fé e com a lealdade institucional que devem ter as Forças Armadas, mas se equivocou”. O governo tenta aprovar uma reforma do sistema de pensões militares e uma nova lei orgânica para as Forças Armadas. A sanção foi imposta na segunda-feira 10.
O site da Presidência do Uruguai informa: segundo a Constituição e outras normas locais, os militares “não podem interferir com opiniões sobre projetos de lei”. O artigo 77 da Constituição do Uruguai estabelece que os militares em atividade deverão se abster de “fazer parte de comissões ou de clubes políticos, de subscrever a manifestos de partidos, de autorizar o uso de seu nome e, de modo geral, de executar qualquer outro ato público ou privado de caráter político, exceto o voto”.
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No Brasil, uma entrevista recente do general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, alimentou polêmicos. O militar colocou em dúvida a lisura das eleições, depois do atentado a Jair Bolsonaro, e afirmou que poderia faltar legitimidade ao próximo presidente. Foi bastante criticado.
Ciro Gomes, presidenciável do PDT, proferiu a mais contundente crítica. “No meu governo, militar não fala em política. Ele estaria demitido e provavelmente pegaria uma cana. Eu conheço bem o general Villas Bôas. Ele está fazendo isso para tentar calar as vozes das cadelas no cio que estão se animando, o lado fascista da sociedade brasileira”.
O pedetista foi ainda mais contundente em relação ao general Hamilton Mourão, candidato a vice na chapa de Bolsonaro: “O general é um jumento de carga, que tem entrada no Exército. Quem manda nesse País é nosso povo. Tutela, sargentão dizendo que vai fazer isso e aquilo, comigo não acontecerá. Sob a ordem da Constituição, eu mando e eles obedecem. Quero as Força Armadas poderosas, modernas, altivas. Não quero envolvidas no enfrentamento do narcotráfico, isso é papo de americano.”