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Com flexibilização da quarentena, espanhóis saem para passear pela 1ª vez

Pessoas passeiam em Las Ramblas em Barcelona no sábado, 1º dia em que os espanhóis foram autorizados a sair e a praticar esportes nas ruas

Créditos: PIERRE-PHILIPPE MARCOU / AFP
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À medida que o recuo da pandemia de coronavírus se confirma na Europa, vários países flexibilizam aos poucos as medidas de quarentena em vigor há várias semanas no continente. Os espanhóis puderam sair de casa para passear e praticar esportes no sábado 2 pela primeira vez em 48 dias.

Na capital Madri, muitos moradores não perderam essa primeira oportunidade e saíram ao ar livre, sozinhos ou em grupo, e ocuparam calçadas e ruas. “Por favor, mantenham-se nos passeios” pedia com um alto-falante um policial municipal. “Depois de tantas semanas isolado, tinha muita vontade de sair, ver pessoas, ver o mundo. Ontem, estava como uma criança na véspera do Natal”, disse à AFP um morador do bairro de Chueca, que acordou de madrugada para aproveitar o dia.

As mesmas cenas eram vistas em Barcelona e várias outras cidades do país. A multidão nas ruas preocupa alguns moradores, como Jose António, um aposentado de 65 anos. Ele teme que a taxa de contaminação volte a subir e que “em 15 ou 20 dias o governo nos isole de novo”.

Os espanhóis deverão respeitar alguns horários de saída para impedir uma grande aglomeração nas ruas. Crianças e idosos terão que manter um distanciamento social de segurança. Até hoje, os espanhóis podiam sair de casa apenas para ir trabalhar – caso o trabalho remoto fosse impossível -, comprar comida, ir à farmácia, ao médico, fazer pequenos passeios com cachorros ou, desde a semana passada, acompanhar os filhos.

A Espanha planejou um fim de confinamento cauteloso para os 47 milhões de habitantes. Ele acontecerá em etapas, até fim de junho, para evitar um nova onda de contaminações. Além disso, o presidente do governo, Pedro Sánchez, anunciou a obrigatoriedade do uso de máscara de proteção nos transportes públicos, a partir da segunda-feira 4. O governo distribuirá seis milhões de unidades no país na própria segunda-feira. Outras sete milhões de máscaras serão enviadas a prefeituras e províncias.

Flexibilização da quarentena em outros países

Em outros países europeus, como Itália, França, ou Alemanha, os governos também vão relaxando, gradualmente, as medidas de confinamento. A decisão, no entanto, continua subordinada à evolução do número de mortos e de casos de contágio. Para recuperar a liberdade de movimento, a população terá que obedecer, como na Espanha, medidas de proteção e distanciamento social.

A suspensão das restrições está bem avançada na Alemanha, na Áustria e em países escandinavos, que continuam impondo, porém, “medidas de proteção” e distanciamento social. Enquanto isso, França e Itália se preparam para iniciar este processo em alguns dias.

O Reino Unido, onde o pico da pandemia foi atingido, de acordo com o primeiro-ministro Boris Johnson, o governo prometeu um plano para a próxima semana. O país é o segundo mais afetado na Europa, em número de mortes, depois da Itália. O governo francês decidiu hoje prolongar por dois meses o estado de emergência sanitária em vigor no país desde 24 de março. As medidas ficarão em vigor até 24 de julho e vão nortear o fim gradual da quarentena a partir de 11 de maio.

Nos Estados Unidos, o país mais afetado pela pandemia no mundo, os estados também avançam na suspensão das medidas de confinamento.

No total, a nova pandemia de coronavírus causou mais de 240.000 mortes no mundo todo e 3,3 milhões de casos de contágio desde seu surgimento na China em dezembro passado, conforme balanço da AFP feito com base em fontes oficiais. A Europa é o continente mais afetado, com mais de 1,5 milhão de casos declarados de coronavírus. O país mais atingido no número de mortes é os Estados Unidos, com 65.068, à frente da Itália (28.710 mortos), Reino Unido (28.131), Espanha (25.100) e França (24.594).

Com 1.222 óbitos, a Rússia tem, hoje, o maior número de novos casos diários. Em torno de 2% dos residentes de Moscou – mais de 250.000 pessoas – sofrem da doença, disse o prefeito da capital russa, Sergey Sobianin, neste sábado, citando os resultados dos testes de detecção.

Na América Latina e no Caribe, 12.197 pessoas morreram, e 231.039 casos foram registrados. O Brasil é o mais atingido da região e, segundo especialista, o pior está por vir. O grupo de pesquisadores Covid-19 no Brasil acredita que na quinta-feira (30) ocorreram mais de 1,3 milhão de casos de coronavírus no país, isto é, entre 15 e 20 vezes mais do que os 91.500 casos confirmados até agora. Oficialmente, o número de mortos é 6.300.

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