BOGOTÁ (AFP) – O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, reafirmou que as negociações de paz com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias (Farc), em outubro, não serão acompanhadas por um cessar-fogo entre as Forças Armadas e os rebeldes. Isso ocorreria apenas depois da conclusão do processo.
Santos rejeitou a disposição das Farc de decretar um cessar-fogo por ocasião do início das negociações, em Oslo, argumentando que “se fizerem isto, vão exigir que façamos o mesmo”.
“É normal, mas não acho viável, não é realista. Eles podem pedir o que desejarem, mas até aceitarmos vai um longo caminho.”
O presidente manifestou sua posição em várias entrevistas na quinta e sexta-feira, após se reunir com mais de 50 generais e almirantes das Forças Armadas no forte Tolemaida, no sudoeste de Bogotá. “Deve ser uma mesa (de negociação) séria, realista e eficaz. Se escutarmos propostas que não são realistas o processo não será eficaz”, disse.
O presidente pediu aos militares “que intensifiquem sua ação” e reafirmou que “não haverá qualquer tipo de cessar-fogo até que se chegue a um acordo final. Santos reagiu assim às declarações de delegados das Farcs em Havana sobre a proposta de um cessar-fogo.
O presidente não quer repetir “os erros do passado”. Exatamente há dez anos, a criação de uma área desmilitarizada de 42 mil quilômetros quadrados no sul da Colômbia reforçou a guerrilha e minou o diálogo. “Não vamos ceder um centímetro de território.”
As Farc e governos colombianos realizaram três negociações frustradas, a última há uma década com o governo de Andrés Pastrana.
O grupo guerrilheiro, o mais antigo da América Latina, foi fundado em 1964 e conta atualmente com cerca de 9,2 mil soldados.
Na Colômbia também está ativa a guerrilha guevarista Exército de Libertação Nacional (ELN), com 2,5 mil combatentes.
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