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Colômbia denuncia o roubo de um milhão de armas do Exército

O presidente Gustavo Petro atribuiu o caso a redes de tráfico ligadas a grupos ilegais colombianos e estrangeiros, que ‘provavelmente’ chegaram ao Haiti

Colômbia denuncia o roubo de um milhão de armas do Exército
Colômbia denuncia o roubo de um milhão de armas do Exército
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro. Foto: Randy Brooks/AFP
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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, denunciou nesta terça-feira 30 o “grave” desaparecimento de “mais de um milhão” de armas e munições de duas bases militares, atribuindo o caso a redes de tráfico ligadas a grupos ilegais colombianos e estrangeiros, que “provavelmente” chegaram ao Haiti.

As armas foram retiradas “com destino a terceirados como grupos armados na Colômbia e provavelmente conflitos estrangeiros, o mais próximo sendo o do Haiti”, declarou o mandatário a partir da Casa de Nariño.

Segundo Petro, “há mais de um milhão de munições perdidas, entre munições, explosivos, granadas, armas como mísseis” provenientes das bases militares de Tolemaida (centro) e La Guajira (norte).

“Há muito tempo existem redes integradas por pessoas das forças militares e civis dedicadas ao comércio massivo de armas”, acrescentou Petro.

Na Colômbia, um país atravessado por meio século de conflito armado, as forças de segurança foram envolvidas em frequentes escândalos de corrupção e cumplicidade com narcotraficantes e guerrilheiros.

O desaparecimento do armamento foi detectado em uma inspeção de inventário. Ao lado do ministro da Defesa, Iván Velásquez, e do comandante geral das Forças Militares, Helder Giraldo Bonilla, Petro destacou que o Haiti está “a sete horas de lancha rápida da base da La Guajira”, um dos arsenais roubados.

Em 7 de julho de 2021, um comando de mercenários colombianos assassinou a tiros o presidente haitiano Jovenel Moïse, de 53 anos, em sua residência privada, sem que a segurança presidencial entrasse em ação.

O pequeno país, considerado o mais pobre das Américas, mergulhou em um profundo caos social desde a morte de Moïse e tem sido assolado pela violência armada por parte de gangues que controlam grande parte do país e da capital, Porto Príncipe.

“Esperamos concretizar as investigações para [tomar] todas as decisões que devem ser adotadas”, disse o ministro Velásquez, questionado sobre possíveis demissões dentro das bases militares afetadas.

A Colômbia vive um conflito armado que, em seis décadas, deixou 9,5 milhões de vítimas entre sequestrados, desaparecidos, deslocados e assassinados.

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