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Colômbia apoia ação contra Israel na Corte de Haia: ‘É claro que há atos de genocídio’

O governo de Gustavo Petro classifica a iniciativa da África do Sul como ‘um passo corajoso na direção certa’

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, na COP 28, nos Emirados Árabes Unidos. Foto: Foto: Karim Sahib/AFP
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O governo da Colômbia divulgou nesta quarta-feira 10 seu apoio a uma ação apresentada pela África do Sul contra o Estado de Israel na Corte Internacional de Justiça.

O tribunal, com sede em Haia, deve iniciar nesta quinta 11 a análise da queixa, que acusa desrespeito à Convenção contra o Genocídio de 1948.

Na ação, a África do Sul sustenta que “atos e omissões de Israel são de caráter genocida, pois são acompanhados da intenção específica requerida de destruir os palestinos de Gaza como parte do grupo nacional, racial e étnico mais amplo dos palestinos”.

Uma nota do Ministério das Relações Exteriores da Colômbia, compartilhada pelo presidente Gustavo Petro, afirma ser “muito claro que as ações e medidas adotadas pelo governo de Israel constituem atos de genocídio”.

“O processo da África do Sul é um passo corajoso na direção certa”, prossegue o comunicado. “A Colômbia pretende fazer cumprir os elevados objetivos da Convenção da qual também é Estado Parte e, portanto, pretende acompanhar e apoiar esta ação judicial por meio de recursos e ferramentas processuais fornecidas pelo Estatuto e pela prática da Corte Internacional de Justiça.”

O governo clolombiano ainda diz ser necessário que a Corte de Haia “adote decisões que permitam cessar o banho de sangue em Gaza e nos territórios ocupados”.

As acusações são negadas com veemência por Israel. O país rechaça que seu Exército faça uso desproporcional da força na guerra contra o movimento islamista Hamas.

Brasil endossa a ação

O Itamaraty informou nesta quarta 10 que o presidente Lula (PT) também apoia a iniciativa da África do Sul de acionar a Corte Internacional contra Israel pelos ataques na Faixa de Gaza.

Lula apresentou seu endosso após uma reunião nesta quarta com o embaixador da Palestina no BrasilIbrahim Alzeben.

“À luz das flagrantes violações ao direito internacional humanitário, o presidente manifestou seu apoio à iniciativa da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça para que determine que Israel cesse imediatamente todos os atos e medidas que possam constituir genocídio ou crimes relacionados nos termos da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio”, diz o comunicado.

Fundada em 1945, a Corte Internacional de Justiça está sediada em Haia, na Holanda. O tribunal julga disputas entre Estados e responde a consultas de órgãos ou agências especializadas das Nações Unidas.

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