Mundo
China sinaliza apoio tácito a Moscou no dia da invasão à Ucrânia
“Pedimos a todas as partes que tenham moderação para evitar que a situação saia de controle”, disse em coletiva de imprensa


A China “compreende as preocupações razoáveis da Rússia em matéria de segurança” – disse o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, a seu homólogo russo, Serguei Lavrov, nesta quinta-feira (24), dia em que Moscou lançou um ataque em larga escala à Ucrânia.
“A China sempre respeitou a soberania e a integridade territorial de todos os países”, afirmou Wang, de acordo com uma transcrição da conversa por telefone entre ambos, divulgada por seu ministério.
“Ao mesmo tempo, também observamos que a questão ucraniana tem uma história especial e complicada. Entendemos as preocupações razoáveis da Rússia em matéria de segurança”, declarou o ministro chinês.
“A China está acompanhando de perto os últimos acontecimentos”, disse por sua vez Hua Chunying, uma porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, horas mais tarde.
Hua se negou a descrever o ataque como uma “invasão”.
Sem condenar Moscou, Hua reservou seus principais ataques contra os Estados Unidos, acusados de terem fornecido munições a Kiev e de terem invadido Iraque e Afeganistão no passado.
A porta-voz pareceu subestimar a gravidade da situação, questionando a existência de vítimas e destacando que o ministério da Defesa russo prometeu não atacar cidades ucranianas.
A embaixada chinesa na Ucrânia pediu nesta quinta-feira aos seus cidadãos que aumentem sua vigilância para os “graves distúrbios” no país.
O presidente russo Vladimir Putin lançou nesta quinta-feira uma invasão na Ucrânia, com ataques aéreos e a entrada de forças terrestres a partir de vários eixos.
Nas últimas semanas, Moscou exigiu ao Ocidente garantias para sua segurança, particularmente a promessa de que a Ucrânia não se uniria à Otan.
No início do mês, durante uma visita de Putin a Pequim com motivo da abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, os dois países disseram que eram “contra qualquer futura ampliação da Otan”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.