China lança seu primeiro porta-aviões

O Liaoning começa a navegar em um momento de crescente tensão na Ásia por conta de disputas por território

O Liaoning, primeiro porta-aviões da Marinha da China, é visto na base naval da cidade de Dalian. Foto: AFP

Apoie Siga-nos no

PEQUIM (AFP) – A China anunciou nesta terça-feira 25 a entrada em serviço de seu primeiro porta-aviões, estendendo seu poderia naval num momento de crescente tensão por reivindicações territoriais na região Ásia-Pacífico. “Esta manhã, o primeiro porta-aviões chinês, o Liaoning, foi oficialmente admitido em serviço ativo”, indica um comunicado do ministério chinês da Defesa depois da cerimônia em que participaram o presidente Hu Jintao e o primeiro-ministro Wen Jiabao.

O navio foi construído a partir de um casco fabricado na ex-URSS e comprado da Ucrânia. Vai ficar ancorado no porto de Dalian, na província de Liaoning (nordeste), da qual tirou seu nome. “O navio aumentará a capacidade (da China) de defender-se e sua capacidade de cooperação em alto-mar ante as ameaças não tradicionais para a segurança e será eficaz na defesa dos interesses da soberania, segurança e desenvolvimento do Estado”, assinala o comunicado ministerial.

A China, cuja projeção econômica e geopolítica cobrou dimensões mundiais nas últimas décadas, se converte assim no último dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas a dotar-se de um porta-aviões. Os testes de navegação realizados em 2011 geraram preocupação nos países vizinhos ou presentes na zona, como os Estados Unidos, que pediu a Pequim para explicar suas finalidades.

Os Estados Unidos afirmaram, depois do primeiro teste realizado em agosto de 2011, que o porta-aviões teria uma capacidade “limitada” de ação, mas o Pentágono o considerou um primeiro passo para a formação de uma frota que a China pretenderia construir em seus próprios estaleiros nos próximos anos.

O chefe de inteligência de Taiwan afirmou no início do ano que o regime comunista de Pequim pretendia construir dois porta-aviões, mas até agora não há indícios de trabalhos deste tipo. O receio dos países vizinhos aumentou com o aprofundamento das disputas marítimas que mantêm com a China.

Nas últimas semanas, a tensão ficou ainda maior pela disputa da soberania por um grupo de pequenas ilhas – chamadas pelo Japão de Senkaku e pela China de Diaoyu -, cujos recursos marinhos podem ser ricos em petróleo e gás. A tensão, herdada da guerra China-Japão (1937-1945), fez com que Pequim adiasse as cerimônias do 40º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas com Tóquio. A China também disputa com Vietnã e Filipinas o controle de outros arquipélagos no mar da China Meridional.


O secretário americano de Defesa, Leon Panetta, advertiu na semana passada em Tóquio sobre o risco de qualquer gesto intempestivo que resulte em uma guerra regional.

Leia mais em AFP Movil

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.