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China critica ‘graves’ afirmações de Biden sobre defesa de Taiwan

Biden já havia afirmado, em maio, que os Estados Unidos interviriam militarmente para apoiar Taiwan, no caso de uma invasão chinesa

O cruzador de mísseis USS Chancellorsville (CG 62) atravessa o estreito de Taiwan em 28 de agosto de 2022. Imagem de cortesia da Marinha dos EUA. Foto: US NAVY / AFP
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A China criticou, na segunda-feira (19), as recentes declarações do presidente americano, Joe Biden, de que os Estados Unidos defenderiam Taiwan, no caso de intervenção chinesa, e considerou-as como uma “grave violação” das promessas diplomáticas de Washington.

“Isso envia um sinal ruim e grave (de apoio) às forças separatistas de Taiwan”, disse Mao Ning, uma porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, à imprensa.

Essas declarações do presidente americano são “uma grave violação do importante compromisso dos Estados Unidos de não apoiar a independência de Taiwan”, acrescentou a assessora.

Ao ser questionado em uma entrevista, no domingo (18), sobre se as tropas americanas defenderiam Taiwan, Biden afirmou que “sim”, no caso de “um ataque sem precedentes”. Mais tarde, um porta-voz da Casa Branca declarou à AFP que a política dos Estados Unidos em relação a Taiwan “não mudou”.

A China considera que Taiwan, com 23 milhões de habitantes, é uma de suas províncias, que não conseguiu reunificar com o restante do território desde o fim da guerra civil chinesa, em 1949. E Pequim garante que um dia irá fazê-lo, mesmo que seja pela força.

Em sua entrevista, Biden assegurou que os Estados Unidos não estão “estimulando” a ilha a declarar sua independência.

“Gratidão sincera”

Em Taiwan, os comentários de Biden foram bem recebidos pelo Ministério das Relações Exteriores, que expressou sua “sincera gratidão”.

“Diante da expansão militar e das ações provocativas da China, nosso governo continuará fortalecendo suas capacidades de autodefesa”, afirmou a Chancelaria, em um comunicado.

Biden já havia afirmado, em maio, que os Estados Unidos interviriam militarmente para apoiar Taiwan, no caso de uma invasão chinesa. Acabou recuando e disse que seguia a política de “ambiguidade estratégica” – um conceito deliberadamente confuso que não define se Washington interviria militarmente, ou não, para defender a ilha.

Washington rompeu as relações diplomáticas com Taiwan em 1979 e reconheceu Pequim como o único representante da China, país que se tornou um importante parceiro comercial. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos mantiveram um papel decisivo, embora às vezes delicado, no apoio a Taiwan. E, nos últimos anos, os Estados Unidos e Taiwan se aproximaram, o que tornou as relações entre Washington e Pequim mais tensas.

Na quarta-feira (14), um comitê do Senado americano deu o primeiro passo para mudar a política atual, buscando alocar US$ 4,5 bilhões em ajuda militar diretamente para Taiwan ao longo de quatro anos, em vez de se limitar a continuar vendendo armas para a ilha.

No início de agosto, a visita à ilha da presidente da Câmara de Representantes (Deputados) dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, foi considerada uma provocação por Pequim.

“Estamos dispostos a fazer os maiores e sinceros esforços para uma reunificação pacífica”, frisou Mao Mao Ning nesta segunda-feira.

Mas “nunca vamos tolerar qualquer atividade que busque dividir o país e nos reservamos a opção de tomar todas as medidas necessárias”, completou.

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