Mundo
China anuncia forte aumento do orçamento militar
País vai gastar 106 bilhões de dólares em defesa neste ano, após EUA passarem a dar mais atenção militar à região Ásia-Pacífico


PEQUIM (AFP) – A China anunciou neste domingo 4 um aumento expressivo do orçamento militar para 2012, o que pode alimentar as inquietações de seus vizinhos na região Ásia-Pacífico, onde os Estados Unidos também fortalecem sua presença.
O aumento do orçamento de Defesa da China será de 11,2% este ano, a 670,27 bilhões de yuanes (106,41 bilhões de dólares), informou o porta-voz do Parlamento, Li Zhaoxing, às vésperas da abertura da sessão plenária.
O aumento é superior ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) chinês em 2011 (9,2%).
“Temos um grande país e uma costa grande, mas nosso gasto de Defesa é relativamente baixo em comparação com o de outros países importantes”, disse em uma entrevista coletiva.
“Os gastos militares chineses representaram apenas 1,28% do PIB em 2011, enquanto nos Estados Unidos, Reino Unido e outros países este número supera 2%”, completou o ex-ministro das Relações Exteriores.
A China elevou os gastos militares em mais de 10% a cada ano durante a maior parte da década passada, sob a alegação de que sua tecnologia tem entre 20 e 30 anos de atraso em comparação com a dos Estados Unidos.
Pequim afirma que a modernização de seu Exército tem como único objetivo a defesa do país, uma posição em contradição com a tendência do país de obter capacidades ofensivas.
Além disso, o valor oficial do orçamento militar chinês é, segundo analistas, muito inferior ao gasto real. O aumento deste orçamento foi de 12,7% em 2011 e de 7,5% em 2010.
“O orçamento verdadeiro é aproximadamente o dobro”, garante Willy Lam, da Universidade da China, de Hong Kong.
O novo aumento pode avivar as tensões no oeste do Pacífico, onde Pequim afirma cada vez mais suas ambições, especialmente a respeito dos arquipélagos disputados com Japão, Vietnã e Filipinas.
“A China deve explicar e tentar convencer os países da região sobre as razões que a levam a desenvolver” suas forças militares, comentou à AFP Arthur Ding, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Chengchi (Taipei).
“Alguns países da região podem aproveitar a oportunidade para tentar fortalecer seus laços com os Estados Unidos”, considerou o especialista.
O Pentágono concede cada vez mais importância à região Ásia-Pacífico, preocupando-se com o aumento do poderio do Exército Popular de Libertação chinês, o maior do mundo, com 2,3 milhões de soldados.
Pequim leva adiante vários programas militares emblemáticos, como o de seu bombardeiro J-20, ou a construção de porta-aviões.
Também está desenvolvendo um míssil balístico capaz de alcançar navios de guerra situados a milhares de quilômetros.
Segundo uma estimativa feita em fevereiro pelo instituto americano de pesquisa IHS, o orçamento militar chinês duplicará até 2015 e superará os gastos acumulados neste âmbito no conjunto das outras grandes potências militares da região Ásia-Pacífico.
O orçamento chinês de Defesa, que era de 119,8 bilhões de dólares no ano passado, alcançará 238,2 bilhões de dólares em 2015, aumentando a cada ano uma média de 18,75%, segundo números do IHS, que diferem dos números oficiais do governo chinês.
PEQUIM (AFP) – A China anunciou neste domingo 4 um aumento expressivo do orçamento militar para 2012, o que pode alimentar as inquietações de seus vizinhos na região Ásia-Pacífico, onde os Estados Unidos também fortalecem sua presença.
O aumento do orçamento de Defesa da China será de 11,2% este ano, a 670,27 bilhões de yuanes (106,41 bilhões de dólares), informou o porta-voz do Parlamento, Li Zhaoxing, às vésperas da abertura da sessão plenária.
O aumento é superior ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) chinês em 2011 (9,2%).
“Temos um grande país e uma costa grande, mas nosso gasto de Defesa é relativamente baixo em comparação com o de outros países importantes”, disse em uma entrevista coletiva.
“Os gastos militares chineses representaram apenas 1,28% do PIB em 2011, enquanto nos Estados Unidos, Reino Unido e outros países este número supera 2%”, completou o ex-ministro das Relações Exteriores.
A China elevou os gastos militares em mais de 10% a cada ano durante a maior parte da década passada, sob a alegação de que sua tecnologia tem entre 20 e 30 anos de atraso em comparação com a dos Estados Unidos.
Pequim afirma que a modernização de seu Exército tem como único objetivo a defesa do país, uma posição em contradição com a tendência do país de obter capacidades ofensivas.
Além disso, o valor oficial do orçamento militar chinês é, segundo analistas, muito inferior ao gasto real. O aumento deste orçamento foi de 12,7% em 2011 e de 7,5% em 2010.
“O orçamento verdadeiro é aproximadamente o dobro”, garante Willy Lam, da Universidade da China, de Hong Kong.
O novo aumento pode avivar as tensões no oeste do Pacífico, onde Pequim afirma cada vez mais suas ambições, especialmente a respeito dos arquipélagos disputados com Japão, Vietnã e Filipinas.
“A China deve explicar e tentar convencer os países da região sobre as razões que a levam a desenvolver” suas forças militares, comentou à AFP Arthur Ding, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Chengchi (Taipei).
“Alguns países da região podem aproveitar a oportunidade para tentar fortalecer seus laços com os Estados Unidos”, considerou o especialista.
O Pentágono concede cada vez mais importância à região Ásia-Pacífico, preocupando-se com o aumento do poderio do Exército Popular de Libertação chinês, o maior do mundo, com 2,3 milhões de soldados.
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Também está desenvolvendo um míssil balístico capaz de alcançar navios de guerra situados a milhares de quilômetros.
Segundo uma estimativa feita em fevereiro pelo instituto americano de pesquisa IHS, o orçamento militar chinês duplicará até 2015 e superará os gastos acumulados neste âmbito no conjunto das outras grandes potências militares da região Ásia-Pacífico.
O orçamento chinês de Defesa, que era de 119,8 bilhões de dólares no ano passado, alcançará 238,2 bilhões de dólares em 2015, aumentando a cada ano uma média de 18,75%, segundo números do IHS, que diferem dos números oficiais do governo chinês.
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