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Chefe militar britânico diz não acreditar em rumores sobre o estado de saúde de Putin
Segundo Radakin, o primeiro-ministro a suceder Boris Johnson deve ter consciência de que a Rússia representa ‘a maior ameaça’ para o Reino Unido


O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Reino Unido, o almirante Tony Radakin, afirmou não acreditar nos rumores de que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, estaria com a saúde prejudicada ou que poderia ser assassinado.
“Acredito que alguns dos comentários de que [Putin] não está bem ou de que, certamente, alguém vai assassiná-lo ou eliminá-lo, acredito que são ilusões”, disse Radakin na sexta-feira, durante uma entrevista para a emissora BBC exibida neste domingo 17.
“Como profissionais militares, vemos um regime relativamente estável na Rússia. O presidente Putin foi capaz de esmagar qualquer oposição […] e nenhum dos que estão no alto escalão [do poder] tem coragem de desafiar o presidente Putin.”
Por sua vez, os rumores sobre o estado de saúde do líder russo são muito difíceis de verificar.
Segundo Radakin, “o desafio representado pela Rússia vai durar” potencialmente “décadas” e o primeiro-ministro a suceder Boris Johnson deve ter consciência de que a Rússia representa “a maior ameaça” para o Reino Unido.
Radakin declarou à BBC que o exército ucraniano estava “absolutamente” convencido de que vai vencer a guerra desencadeada pela invasão russa em 24 de fevereiro.
Conforme os primeiros cálculos do exército britânico, a Rússia “perdeu mais de 30% de sua eficácia no combate terrestre”.
“Isso significa que 50.000 soldados russos morreram ou ficaram feridos nesse conflito, que quase 1.700 tanques russos foram destruídos e que quase 4.000 veículos blindados de propriedade russa foram destruídos”, acrescentou Radakin.
A situação na Ucrânia será o foco principal dos relatórios militares para o futuro primeiro-ministro, que substituirá Boris Johnson após sua renúncia, no início de julho.
“E então teremos que lembrar ao primeiro-ministro a responsabilidade extraordinária que ele tem com o Reino Unido como potência nuclear”, assinalou o chefe militar britânico.
Durante a entrevista, Radakin também foi questionado sobre uma investigação da BBC que revelou, nesta semana, que uma unidade de comando do Serviço Aéreo Especial britânico havia matado pelo menos 54 pessoas em circunstâncias suspeitas no Afeganistão.
Radakin respondeu que a polícia militar já estabeleceu que “isso não aconteceu”, mas acrescentou que a questão voltará a ser analisada se surgirem novas provas concretas.
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