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Chefe da ONU cria grupo consultivo sobre inteligência artificial

O grupo será integrado por especialistas de todo o mundo em áreas como a administração pública, o setor privado, a comunidade tecnológica, a sociedade civil e o mundo acadêmico, de diversas idades

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres. Foto: Alex HALADA / AFP
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Preocupado com o avanço acelerado da inteligência artificial, o secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou, nesta quinta-feira 26, a composição do grupo consultivo multilateral que vai apresentar propostas para a governança destas novas tecnologias, destinadas a maximizar seus benefícios e diminuir os riscos.

O “potencial transformador da IA [inteligência artificial] para o bem é difícil até de imaginar”, particularmente para as economias em desenvolvimento, que poderiam fazer uma elipse tecnológica e levar “os serviços diretamente para as pessoas […] que mais precisam”, disse Guterres.

Mas também existem riscos potenciais, especialmente no campo da desinformação, no estabelecimento de preconceitos e discriminação, além da vigilância, da invasão de privacidade e as fraudes, advertiu.

Ademais, a IA pode “minar a confiança nas instituições, enfraquecer a coesão social e ameaçar a própria democracia”, frisou.

Para o secretário-geral, outro risco da IA, que até agora se “concentra em poucos” países, é que ela “agrave as desigualdades mundiais e transforme as lacunas digitais em abismos”.

Guterres também comentou que teve uma “experiência surrealista” ao ver a si mesmo falando em chinês perfeitamente, apesar de não saber uma única palavra deste idioma.

Este exemplo dá uma ideia das “possibilidades incríveis” e dos “perigos potenciais” da IA, ressaltou.

“Tudo vai depender de as tecnologias de IA serem utilizadas de forma responsável e que sejam acessíveis para todos”, disse Guterres. Em ocasiões anteriores, o secretário-geral já havia pedido aos países-membros da ONU a criação de barreiras de segurança para controlar essas novas tecnologias, como acontece em setores como a energia nuclear.

O grupo consultivo será integrado por especialistas de todo o mundo em áreas como a administração pública, o setor privado, a comunidade tecnológica, a sociedade civil e o mundo acadêmico, de diversas idades. Trata-se do “ponto de partida”, assinalou.

Ficará encarregado de estudar como vincular as diversas iniciativas de controle da IA que já estão em andamento para formular recomendações nos âmbitos da governança internacional da IA; uma compreensão compartilhada dos riscos, desafios e oportunidades, com o propósito de acelerar a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento (ODS).

As recomendações servirão de base para os trabalhos da Cúpula do Futuro, marcada para setembro de 2024, e para as negociações em torno da proposta de um Pacto Mundial Digital, assinalou Guterres.

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