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Chefe da inteligência militar dos EUA é demitido após relatório sobre ataques no Irã

O motivo oficial para a demissão foi ‘perda de confiança’

Chefe da inteligência militar dos EUA é demitido após relatório sobre ataques no Irã
Chefe da inteligência militar dos EUA é demitido após relatório sobre ataques no Irã
O tenente-general Jeffrey Kruse. Créditos: SAUL LOEB / AFP
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O governo de Donald Trump demitiu, na sexta-feira 22, o chefe da inteligência militar dos Estados Unidos, junto com dois outros responsáveis do setor. A decisão foi tomada após a publicação de um relatório elaborado pelo departamento, que apontava a eficácia limitada dos ataques americanos no Irã. O alto oficial se torna, assim, a mais recente vítima do que parece ser uma verdadeira censura conduzida por Trump nos serviços de inteligência.

Nos Estados Unidos, o motivo oficial para a demissão do chefe da inteligência militar, junto com dois outros responsáveis do setor, foi “perda de confiança”. Mas para muitos, o tenente-general Jeffrey Kruse estaria sendo punido principalmente por sua falta de lealdade ao presidente americano.

Dois meses atrás, seu departamento havia publicado um relatório preliminar indicando que os ataques americanos ao Irã, direcionados às instalações de enriquecimento nuclear, teriam atrasado o programa apenas por alguns meses. Essa era a opinião de muitos especialistas, mas não de Donald Trump, que insiste repetidamente que as bombas “aniquilaram” o programa para sempre. O relatório, amplamente repercutido pela imprensa, contradiz as declarações do presidente, que afirma que os ataques destruíram completamente os locais nucleares visados.

Limpeza em curso

A demissão desse militar respeitado é o mais recente episódio de uma “limpeza” que lembra práticas soviéticas. Nos últimos meses, cerca de dez chefes de diferentes ramos das Forças Armadas ou agências de inteligência foram afastados sob o argumento de “falta de confiança”.

Membros do governo chegaram a declarar que não querem mais nenhum dirigente nomeado pela administração anterior de Joe Biden, algo bastante incomum. Afinal, os setores de inteligência e defesa são tradicionalmente apolíticos, com a missão de proteger os interesses nacionais de segurança, e não os de um presidente.

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