Chanceler de Israel apela a sobrevivente brasileira do Hamas e manda novo ‘recado’ a Lula

Um dia depois de submeter o embaixador brasileiro em Israel a uma reprimenda pública, Israel Katz abriu um novo capitulo da ofensiva diplomática

(Reprodução/X)

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Um dia depois de submeter o embaixador brasileiro em Israel a uma reprimenda pública, o chanceler israelense Israel Katz abriu um novo capitulo da ofensiva diplomática contra Lula e o Brasil.

Katz recebeu a brasileira Rafaela Triestman, uma das sobreviventes do ataque do Hamas a uma rave que ocorria a poucos quilômetros da Faixa de Gaza, no dia 7 de outubro. E citou Lula nominalmente ao publicar nas redes um vídeo com declarações da brasileira.

“Me entristece muito saber que o país onde eu nasci se encontra nessa situação, numa situação onde o governo compara as atitudes de Israel com o Holocausto”, diz a jovem no vídeo. Ela também negou que Israel estivesse protagonizando um genocídio na Faixa de Gaza, acusação que o país enfrenta na Corte Internacional de Justiça, em Haia. “Israel faz de tudo para proteger os cidadãos de Gaza, inclusive perde muito dos próprios soldados para que não tenham casualidades a mais.”

A contenda teve como estopim uma recente declaração de Lula, que comparou a violenta contraofensiva israelense em Gaza, que deixou até agora 30 mil mortos, aos extermínio de judeus pelo nazismo.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse o presidente no domingo 18, durante uma coletiva que concedeu a jornalistas pouco antes de deixar a Etiópia e retornar ao Brasil.

A declaração enfureceu o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que horas depois declarou pelo X que os comentários eram “vergonhosos e graves”. Horas depois, o embaixador brasileiro em Israel foi convocado a uma reunião para uma reprimenda pelos comentários. Na segunda, o governo brasileiro resolveu convocar de volta o embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer.

Na terça, o perfil oficial de Israel na rede X acusou falsamente o presidente brasileiro de negar o Holocausto, afirmação que foi prontamente rebatida pelo Itamaraty. O chanceler Mauro Vieira classificou como “algo insólito e revoltante” a conduta de Tel Aviv.

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