Centro-esquerda vence eleições regionais no Chile e conquista capital

A coligação conquistou 10 das 16 regiões do país, oito das quais obtidas no segundo turno e duas no primeiro.

Foto: PEDRO UGARTE / AFP

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A coligação de partidos de centro-esquerda Unidade Constituinte (UC) foi a grande vencedora do segundo turno das eleições regionais desse domingo 13, conquistando a maioria dos cargos de governador, incluindo o de Santiago. O candidato Claudio Orrego, um militante dos Democratas-Cristãos (DC), venceu com 52,7% dos votos da capital.

A coligação conquistou 10 das 16 regiões do país, oito das quais obtidas no segundo turno e duas no primeiro.

É a primeira vez na história que o Chile elege as suas autoridades regionais, anteriormente nomeadas pelo governo. Essas eleições são consideradas eleições cruciais para a descentralização do país.

“Assumimos este triunfo com grande humildade e tremendo sentido de responsabilidade. Levantar a região metropolitana após a pandemia vai ser uma tarefa muito difícil”, disse Orrego, que venceu em Santiago Karina Oliva (47,27%), da Frente Ampla (FA), uma esquerda mais radical.

Karina declarou que, apesar da derrota, o seu bloco “cresceu” e que “é importante” manter “a unidade, força e organização, mas sobretudo a convicção intacta” de que a região e o país “podem ser muito mais justos e democráticos”.

A direita foi a grande perdedora, apenas conseguindo ganhar nas urnas na região da Araucanía, no centro do país, conhecida por ser uma área de conflito entre as autoridades e os povos indígenas.


Luciano Rivas, um independente que concorreu na lista do bloco de direita dominante Chile Vamos, vai governar a região.

 

Dados eleitorais

Apenas 2,5 milhões dos 13 milhões de eleitores votaram para eleger os governadores de 13 das 16 regiões do Chile.

A participação nas eleições, que se realizaram em plena pandemia de covid-19 e com toda a capital confinada, foi a mais baixa (19,6%) desde o regresso à democracia em 1990, muito abaixo do mínimo registrado nas eleições municipais de 2016, quando apenas 34,9% exerceram o direito de voto.

Desde que o voto deixou de ser obrigatório em 2012, nenhuma eleição excedeu 50% de participação, à exceção da votação de outubro de 2020 (50,9%).

No primeiro turno, o comparecimento às urnas foi ligeiramente superior (43%).

Os eleitos tomam posse em 14 de julho para um mandato de quatro anos.

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