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Casos de coronavírus diminuem pelo 3º dia seguido na China

Autoridades chinesas exaltam medidas, como o isolamento de mais de 50 milhões na província de Hubei, mas número de mortes permanece alto

Cidadão faz teste de temperatura em medida de precaução por conta do novo coronavírus - Foto: NOEL CELIS/AFP
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As infecções pelo coronavírus Covid-19 na China diminuíram neste domingo 16 pelo terceiro dia consecutivo, enquanto as autoridades de saúde do país afirmam que os esforços intensificados para diminuir a disseminação da doença começam a apresentar resultados. O maior número de ocorrências fora do país continua sendo no navio Diamond Princess, ancorado no Japão, com 70 novos casos registrados.

A Comissão Nacional de Saúde da China relatou neste domingo 2.009 novas infecções, o que significa uma redução em relação às 2.642 registradas no dia anterior. O número de novos casos em outras regiões do país manteve a tendência de queda observada nos últimos doze dias.

O número de óbitos caiu de 143 na véspera para 142, sendo que apenas 4 das novas mortes ocorreram na província de Hubei, epicentro do surto do novo coronavírus na China. O total de mortes desde o inicio do surto aumentou para 1.665 – a maioria em Hubei – com de 68,5 mil pessoas infectadas.

Wuhan, a capital de Hubei, permanece isolada desde o dia 23 de janeiro. Em torno de 56 milhões de pessoas estão sob quarentena em toda a província. Escolas, escritórios e fábricas continuam fechadas e as viagens a partir da região ainda estão sob fortes restrições. Entretanto, as autoridades de saúde afirmam que as medidas adotadas para isolar a disseminação estão dando resultados.

“Os efeitos do controle sobre o coronavírus estão aparecendo”, disse o comissário de saúde Mi Feng. Ele avalia que o aumento das medidas preventivas e do apoio médico em Hubei evitou o surgimento de casos mais críticos. A proporção desses casos entre as infecções confirmadas caiu para 21,6% neste sábado, em comparação com os 32,4% registrados no dia 27 de janeiro, destacou Mi.

Segundo o comissário, os casos menos graves estão sendo tratados com maior rapidez, evitando que se tornem críticos. Mesmo assim, as restrições em Hubei foram reforçadas com a proibição da circulação de veículos, com a exceção dos transportes dos serviços essenciais, e as empresas devem permanecer fechadas até segunda ordem.

Fora da China, foram registrados em torno de 500 casos em mais de 20 países e territórios, com de mortes de pessoas infectadas no Japão, França, Filipinas nos territórios chineses de Hong Kong e Taiwan.

Neste sábado, o governo da França confirmou a primeira morte causada pelo Covid-19 na Europa. A vítima é um turista chinês de 80 anos, que morreu em decorrência de uma infecção pulmonar num hospital de Paris, afirmou a ministra da Saúde, Agnès Buzyn.

A vítima é um homem natural da província de Hubei, o foco do surto. Ele chegara à França em 16 de janeiro e fora hospitalizado e colocado em isolamento no dia 25. Porém, seu estado de saúde piorou rapidamente. A filha dele também está internada em Paris, mas deverá ter alta em breve. O anúncio da França, que registrou 11 casos do novo coronavírus no país, confirma também a primeira morte fora da Ásia.

O maior número de infecções fora da China ocorreu no navio Diamond Princess, mantido sob isolamento no porto de Yokohama, no Japão, com 3,7 mil pessoas a bordo. Neste domingo, 70 novos casos da doença foram registrados, aumentando o total para 355.

A embaixada dos Estados Unidos em Tóquio informou neste domingo que prepara a evacuação de cerca de 400 cidadãos americanos a bordo, que deverão ser transportados de volta ao país.

Todos os passageiros serão submetidos a exames antes de embarcarem nos voos fretados e permanecerão sob quarentena durante 14 dias – o tempo calculado de incubação do coronavírus – após retornarem aos EUA. “Nenhum passageiro com sintomas ou infectado poderá embarcar”, informou a embaixada. Hong Kong, Canadá e Coreia do sul também planejam remover seus cidadãos do porto de Yokohama.

Uma passageira que desembarcou do navio de cruzeiro MS Westerdam, mantido em um porto do Camboja após suspeitas de um surto da doença a bordo, foi diagnosticada com o coronavírus neste domingo na Malásia. A americana de 83 anos chegou a Kuala Lumpur na última sexta-feira com um grupo de passageiros vindos do porto cambojano de Sihanoukville.

Apenas um caso de infecção foi detectado entre os 145 passageiros. Entretanto, aumentam as preocupações quanto aos demais 2,2 mil passageiros e tripulantes que desembarcaram no porto cambojano. Todas essas pessoas passaram por testes antes de deixar a embarcação.

O governo do Camboja contestou o diagnóstico das autoridades malaias, mas o Ministério da Saúde de Kuala Lumpur afirma que a americana foi submetida a dois testes e ambos teriam apresentado resultados positivos.

As autoridades da Malásia informaram que não vão permitir a chegada de outros passageiros do MS Westerdam. Outros navios que tiverem passado pela China serão proibidos de atracar no país.

Antes de receber permissão para aportar no Camboja, o navio de bandeira holandesa havia sido barrado no Japão, Guam, Filipinas, Taiwan e Tailândia. A embarcação leva cidadãos de mais de 30 nacionalidades, incluindo cinco brasileiros.

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