Mundo
Casa Branca coloca funcionários de órgãos de diversidade em licença remunerada
Os ataques a iniciativas de inclusão fizeram parte da estratégia de campanha de Donald Trump
A administração de Donald Trump ordenou o fechamento dos programas de diversidade do governo federal e colocou seus funcionários em licença remunerada a partir da tarde desta quarta-feira 22, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, no X.
Leavitt confirmou o conteúdo de um memorando do Escritório de Gestão de Pessoal do governo federal solicitando a notificação até as 17h de quarta-feira “de todos os funcionários da DEIA (Diversidade, Equidade, Inclusão, Acessibilidade) de que eles estão sendo colocados em licença administrativa remunerada imediatamente, à medida que a agência toma medidas para fechar/terminar todas as iniciativas, escritórios e programas da DEIA”.
Na segunda-feira, nas primeiras horas de seu segundo mandato como presidente, Trump revogou várias ordens executivas que promoviam a igualdade LGBTQIA+ e emitiu novas ordens para encerrar programas federais de diversidade ou reconhecer oficialmente apenas dois gêneros.
Na campanha eleitoral, Trump protestou contra as políticas de diversidade, igualdade e inclusão no governo federal e no mundo corporativo, dizendo que elas discriminavam os brancos, principalmente os homens.
“O governo Biden forçou programas de discriminação ilegais e imorais, sob o nome de ‘diversidade, igualdade e inclusão’, em praticamente todos os aspectos do governo federal, em áreas que vão desde a segurança da aviação até as Forças Armadas”, afirmou uma das ordens executivas assinadas para encerrar esses programas.
O magnata republicano também demonizou o reconhecimento da diversidade de gênero durante a campanha e atacou a população transgênero, especialmente as mulheres transgênero nos esportes.
Em frente a uma multidão de apoiadores reunidos em Washington na segunda-feira, Trump reverteu dezenas de ordens executivas, ações presidenciais e memorandos assinados por seu antecessor, Joe Biden.
Várias das ordens revogadas promoviam a diversidade e a igualdade no governo, no local de trabalho e no setor de saúde, bem como os direitos LGBTQIA+.
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