Cão que late não morde?

Pyongyang sobe o tom das ameaças, mas o subtexto continua ambíguo

Alma do negócio. O que falta a Kim Jong-un em poder de fogo real sobra técnica de marketing

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Com uma campanha aparentemente planejada de, digamos, relações públicas, Pyongyang se mantém nas manchetes, por limitados que sejam seus recursos. Em 3 de abril, anunciou que  o “líder supremo” autorizou o exército a usar hipotéticas armas nucleares contra os EUA. Não é novidade, mas mantém espaço na mídia e na pauta de Washington, com a expectativa de incomodar o suficiente para obter concessões quanto a sanções e ajuda econômica.

Ao mesmo tempo, a Coreia do Norte cria problemas para o deslocamento dos gerentes e executivos das empresas sul-coreanas na sua zona industrial de Kaesong, onde elas exploram mão de obra barata do Norte e em troca deixam divisas, mas sem cumprir ameaças de fechá-la de fato. Também movimentou um míssil teoricamente capaz de alcançar a possessão estadunidense de Guam e isso fez os EUA adiantarem a instalação de antimísseis, mas parece uma resposta simbólica à ameaça também simbólica dos EUA, que fez alguns de seus mais avançados bombardeiros e caças furtivos (B-2 e F-22) sobrevoarem a Coreia para demonstrar força. Sinal de que não haverá guerra imediata, apesar da retórica, é o próprio anúncio da reativação da usina nuclear de Yongbyon. Levará meses para voltar a operar e anos para gerar plutônio suficiente para armar mísseis capazes de causar dano real aos EUA.

 

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