Mundo

Cão que late não morde?

Pyongyang sobe o tom das ameaças, mas o subtexto continua ambíguo

Cão que late não morde?
Cão que late não morde?
Alma do negócio. O que falta a Kim Jong-un em poder de fogo real sobra técnica de marketing
Apoie Siga-nos no

Com uma campanha aparentemente planejada de, digamos, relações públicas, Pyongyang se mantém nas manchetes, por limitados que sejam seus recursos. Em 3 de abril, anunciou que  o “líder supremo” autorizou o exército a usar hipotéticas armas nucleares contra os EUA. Não é novidade, mas mantém espaço na mídia e na pauta de Washington, com a expectativa de incomodar o suficiente para obter concessões quanto a sanções e ajuda econômica.

Ao mesmo tempo, a Coreia do Norte cria problemas para o deslocamento dos gerentes e executivos das empresas sul-coreanas na sua zona industrial de Kaesong, onde elas exploram mão de obra barata do Norte e em troca deixam divisas, mas sem cumprir ameaças de fechá-la de fato. Também movimentou um míssil teoricamente capaz de alcançar a possessão estadunidense de Guam e isso fez os EUA adiantarem a instalação de antimísseis, mas parece uma resposta simbólica à ameaça também simbólica dos EUA, que fez alguns de seus mais avançados bombardeiros e caças furtivos (B-2 e F-22) sobrevoarem a Coreia para demonstrar força. Sinal de que não haverá guerra imediata, apesar da retórica, é o próprio anúncio da reativação da usina nuclear de Yongbyon. Levará meses para voltar a operar e anos para gerar plutônio suficiente para armar mísseis capazes de causar dano real aos EUA.

 

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo