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Candidato à presidência francesa é condenado por incitação ao ódio

As controversas ocorrências de Éric Zemmour, 63 anos, lhe custaram quinze dias de processos judiciais na última década

Candidato à presidência francesa é condenado por incitação ao ódio
Candidato à presidência francesa é condenado por incitação ao ódio
(Foto de FRANCOIS NASCIMBENI / AFP)
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O candidato de extrema direita às eleições presidenciais francesas, Éric Zemmour, foi condenado nesta segunda-feira a uma multa de 10.000 euros por incitar o ódio contra menores migrantes desacompanhados.

Ausente do julgamento, como em novembro, o candidato foi julgado criminalmente por ter qualificado menores migrantes desacompanhados de “ladrões”, “assassinos” e “estupradores” na televisão.

Zemmour denunciou uma “condenação ideológica e estúpida” e seu advogado, Olivier Pardo, informou que seu cliente vai recorrer da decisão.

Processado em várias ocasiões por calúnia racial, incitação ao ódio ou negação de crimes contra a humanidade, Éric Zemmour foi julgado desta vez por declarações feitas em 29 de setembro de 2020, durante um debate em um programa de televisão após um atentado ocorrido em frente à antiga redação da revista satírica Charlie Hebdo, em Paris.

Ele afirmou, referindo-se aos menores migrantes não acompanhados, que “não têm nada para fazer aqui, são ladrões, são assassinos, têm de ser enviados [para o seu país]”.

Cerca de trinta associações foram constituídas como partes civis, como a SOS Racismo, a Liga dos Direitos Humanos (LDH) e a Liga Internacional contra o Racismo e Antissemitismo (LICRA), além de cerca de vinte conselhos departamentais, uma vez que os menores desacompanhados são atendidos pela Assistência Social para Crianças (ASE), gerida pelos departamentos.

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