Mundo
Candidata à Presidência do Equador denuncia mudanças em sua equipe de segurança
Luisa González enfrentará no domingo o presidente Daniel Noboa em um país abalado pela violência do narcotráfico


A candidata da esquerda à Presidência do Equador, Luisa González, denunciou, nesta sexta-feira 11, que o governo fez mudanças em sua equipe de segurança militar a dois dias do segundo turno no país, abalado pela violência do narcotráfico.
González enfrentará no domingo o presidente Daniel Noboa em uma acirrada disputa presidencial. Na véspera, os dois candidatos encerraram a campanha eleitoral.
“Alerto o país sobre o ato irresponsável do Governo ao substituir minha equipe de segurança das Forças Armadas, pondo em risco a minha vida e a da minha família”, escreveu González no X.
Em um vídeo publicado na mesma rede social, ela assinalou que seu esquema de segurança militar foi estabelecido “após as graves denúncias de atentados” contra ela, “que atualmente estão sob investigação do Ministério Público”.
Nas eleições antecipadas de 2023, o candidato Fernando Villavicencio foi morto a tiros quando saía de um comício em Quito. Desde então, mais de 30 políticos, autoridades judiciais e jornalistas foram assassinados no Equador.
O país registrou um homicídio por hora entre janeiro e fevereiro, o começo de ano mais sangrento desde que começaram os registros, segundo dados do Ministério do Interior.
González tachou a medida de “irresponsável, temerária e profundamente perigosa”, e responsabilizou Noboa, o ministro da Defesa e o chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas.
Ele “ratificou meu pedido de manter a equipe de segurança atribuído durante estes dias decisivos para o país”, insistiu a candidata, herdeira política do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017).
O país, situado estrategicamente no Pacífico, trava uma guerra contra quadrilhas do narcotráfico, que impõem o terror nas ruas e prisões.
Embora a taxa de homicídios tenha diminuído de 47 por 100.000 habitantes em 2023 para 38/100.000 em 2024, o Equador teve o índice de mortes violentas mais elevado da América Latina no último ano, segundo o grupo especializado Insight Crime.
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