Cancelamento de contrato é ‘vergonhoso’, diz chefe da Força Aérea americana

O chefe da Força Aérea americana disse que "não há como ficar satisfeito" com o cancelamento de uma aeronave vital para o Afeganistão e que trabalhará com rapidez para reverter a decisão

Foto de 2005 mostra aviões Super Tucano da Embraer. Foto: ©AFP / Ho

Apoie Siga-nos no

WASHINGTON (AFP) – O chefe da Força Aérea americana disse nesta quarta-feira 29 que o cancelamento do contrato para a compra dos aviões Super Tucano da Embraer para o Afeganistão é “vergonhoso” e prometeu rever rapidamente a licitação.

“Não há como ficar satisfeito com isso”, disse o general Norton Schwartz a jornalistas.

Ele disse que a Força Aérea relançaria “rapidamente” a disputa para a compra dos 20 aviões de combate leve para o exército afegão, já que os recursos para o programa deverão expirar até o fim do ano fiscal de 2013. “Trabalharemos com rapidez”, completou.

A Força Aérea americana cancelou abruptamente na terça-feira 27 o contrato de 355 milhões de dólares com a Sierra Nevada Corp. e a fabricante de aeronaves Embraer, dizendo que abriria uma investigação depois de uma ação legal impetrada pela concorrente americana Hawker Beechcraft Corp.

A decisão representou um revés para a Força Aérea, que tenta mudar suas práticas de compra de armamentos depois que uma licitação para um novo tanque de abastecimento de voo foi marcada por escândalos e controvérsias.

Schwartz disse que será “uma profunda decepção” se os fatos mostrarem que a Força Aérea estragou o contrato, e expressou preocupação de que o cancelamento possa atrasar a entrega de uma aeronave vital para o exército afegão.


“Uma das coisas com as quais estou mais triste – sem mencionar a vergonha que esse fato traz para nós como Força Aérea – é o fato de que estamos deixando nossos parceiros na mão aqui”, disse.

O general alertou sobre uma punição disciplinar drástica se a investigação revelar que o contrato foi cancelado por algum erro de procedimento. “Posso garantir que se isso não foi um erro inocente, haverá punições”, completou. Ele disse que a Força Aérea trabalhará duro para resolver o problema.

O contrato para a compra dos 20 aviões AT-29 Super Tucano da Embraer foi fechado em dezembro como parte dos planos para armar o exército afegão após a saída da Otan daquele país. Mas a Força Aérea americana informou que não estava “satisfeita” com a documentação apresentada na decisão.

A Hawker Beechcraft Corp, sediada em Wichita, Kansas, protestou contra o resultado da licitação em uma corte federal, argumentando que seu avião AT-6 foi injustamente excluído da competição.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.