Esporte
Campeã olímpica de boxe abandona torneio após ter seu gênero questionado
Testes de elegibilidade de gênero utilizam, em geral, a contagem de testosterona para atestar se uma atleta está apta a competir, mas medida pode ignorar especificidades clínicas que justifiquem níveis maiores do hormônio em mulheres


A boxeadora taiwanesa Lin Yu-Ting, medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, se retirou de uma competição internacional no Reino Unido quando questionada pela organização sobre sua elegibilidade de gênero, anunciaram nesta quarta-feira as autoridades esportivas de Taiwan.
Lin, que junto com a lutadora argelina Imane Khelif sofreu uma campanha de ódio durante os Jogos de Paris, estava prestes a participar a partir de quarta-feira das Finais da Copa do Mundo de Boxe na cidade inglesa de Sheffield.
Esta nova competição é organizada pela World Boxing, um organismo fundado em 2023 e que conta com 55 membros, incluindo Taiwan.
Era a primeira competição internacional de Lin desde Paris, mas ela teve que sair depois que a World Boxing questionou sua elegibilidade, como divulgado em um comunicado da Administração de Esportes de Taiwan.
“É uma mulher, atende a todos os critérios de elegibilidade e participou com sucesso do evento de boxe (em Paris), ganhando a medalha de ouro”, diz o comunicado.
“Infelizmente, como a World Boxing acaba de ser criada (…) ainda não conta com as políticas regulatórias do COI, que asseguram a proteção dos direitos dos atletas”, acrescenta referindo-se ao Comitê Olímpico Internacional.
“Além disso, o comitê médico da World Boxing ainda tem que estabelecer processos de confidencialidade robustos para proteger as informações médicas fornecidas por Taiwan a respeito de Lin Yu-ting”, continua.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Prefeito de Rio Branco é denunciado por homofobia após críticas a projeto cultural LGBT+
Por Wendal Carmo
Câmara Alta do Parlamento russo aprova aumento de 30% do gasto militar
Por AFP