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Câmara dos EUA aprova projeto de reforma policial um mês após assassinato de George Floyd
O projeto recebeu o nome do homem asfixiado por policial, mas deve enfrentar percalços no Senado, de maioria republicana
A maioria democrata na Câmara dos Representantes conseguiu aprovar na quinta-feira 25 um projeto de lei para uma profunda reforma policial nos Estados Unidos, em meio à polarização após o assassinato do afro-americano George Floyd, que provocou protestos e demandas por mudanças em todo o país.
No aniversário de um mês da morte de Floyd, a medida aprovada proíbe prisões com imobilizações por asfixia e mandados de prisão sem aviso prévio, restringe ainda mais a imunidade dos policiais, combate os perfis de etnia e estabelece um banco de dados para rastrear má conduta policial.
No entanto, esse regulamento gera um confronto com o Senado, onde os líderes republicanos não pretendem aprová-lo.
Os aplausos surgiram quando o projeto passou com 236 votos a favor e 181 contra, com três republicanos se unindo aos democratas.
O presidente Donald Trump se opôs às medidas da Câmara e disse na terça-feira que os democratas estão levando ao “enfraquecimento de nossa polícia” e ao fim da imunidade policial.
Em vez disso, o presidente apoia uma proposta republicana menos dura no Senado, que foi bloqueada pelos democratas na terça-feira, sem sinais de novas negociações.
A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, disse que seu projeto recebeu o nome de George Floyd, cujas últimas palavras foram “não consigo respirar” antes de morrer sob custódia da polícia de Minneapolis, acrescentando que essas palavras “mudaram o curso da história da nossa nação”.
A legislação “transformará fundamentalmente a cultura da polícia para combater o racismo sistêmico, reduzir a brutalidade policial e salvar vidas, pois põe fim à proteção da polícia contra a responsabilização”, afirmou Pelosi.
“Não pintamos toda a polícia com o mesmo pincel, mas para aqueles que precisam ser pintados com esse pincel, precisamos tomar as medidas contidas neste projeto”.
Pelosi e outros democratas rejeitaram o projeto de lei do Senado porque aponta uma reforma sem exigir nenhuma ação específica.
Em vez de mandatos diretos, a proposta republicana incentivaria a mudança, negando doações federais a departamentos de polícia que não abolirem imobilização por asfixia ou usarem mandados sem aviso prévio.
Os republicanos dizem que o projeto de lei seria um bom ponto de partida para negociar, mas os democratas argumentam que não é possível, e Pelosi disse que seria “um fracasso moral em aceitar algo menos que uma mudança transformacional”.
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