Mundo
Calor de 47 °C na Arábia Saudita pode ter causado a morte de 13 peregrinos iranianos rumo a Meca
Há 1.500 anos os muçulmanos vão a Meca para celebrar o hajj


Pelo menos 13 peregrinos iranianos morreram durante a grande peregrinação anual à Arábia Saudita, onde as temperaturas aumentaram drasticamente nos últimos dias, informou a mídia estatal iraniana neste sábado 7. O número de atendimentos médicos a peregrinos também aumentou.
“Desde 6 de junho, o número total de peregrinos iranianos que morreram durante o hajj 2025 é de 13”, disse a unidade de operações médicas e de saúde do Crescente Vermelho Iraniano em um comunicado divulgado pela agência oficial Irna.
Não foram fornecidos detalhes sobre as causas das mortes, mas a fonte disse que “nos últimos dias, as temperaturas nas cidades sagradas da Arábia Saudita chegaram a 47 °C, o que pode causar insolação grave nos peregrinos”.
O número de consultas médicas a peregrinos iranianos nos centros do Crescente Vermelho em Medina e Meca, no oeste do reino, chegou a 138.900, de acordo com a Irna. Neste ano, 86.700 iranianos fizeram a grande peregrinação a Meca e seus arredores.
Até o último domingo 1º, mais de 1,4 milhão de peregrinos muçulmanos, de várias nacionalidades, haviam chegado à Arábia Saudita, segundo as autoridades. O balanço final do total de peregrinos ainda não foi divulgado.
Mudança climática eleva vulnerabilidade dos fiéis em condições extremas
Em 2024, mais de 1.300 peregrinos, incluindo 22 iranianos, morreram durante o hajj, quando as temperaturas chegaram a 52 °C, de acordo com as autoridades.
A mudança climática está aumentando a frequência e a intensidade das ondas de calor. As mortes ocorridas no ano passado ilustram a vulnerabilidade dos fiéis a essas condições extremas.
O ano passado foi o mais quente já registrado, de acordo com o serviço europeu Copernicus sobre mudanças climáticas.
“Em busca da pureza”
Há 1.500 anos os muçulmanos vão a Meca para celebrar o hajj. Segundo a tradição, aquele que efetua o hajj volta para casa “puro e inocente”, como no dia em que nasceu.
Um dos cinco pilares do Islã, o hajj deve ser realizado pelo menos uma vez na vida de um muçulmano praticante que tenha condições financeiras. Ele consiste em uma série de ritos religiosos realizados durante vários dias na cidade sagrada e em seus arredores.
Situada a 800 quilômetros de Riade, capital da Arábia Saudita, Meca é considerada o berço do profeta Maomé e do Islã. O hajj é marcado por várias etapas, mas um dos pontos altos do ritual é o momento em que os fiéis giram em torno da Kaaba, a estrutura cúbica localizada na Grande Mesquita. De acordo com a tradição, a Kaaba abriga uma pedra negra que teria sido arrancada do paraíso.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.