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‘Caímos muito baixo’, diz chanceler equatoriana em Davos

A declaração se deve à atual situação de insegurança causada pela violência do crime organizado

‘Caímos muito baixo’, diz chanceler equatoriana em Davos
‘Caímos muito baixo’, diz chanceler equatoriana em Davos
Foto: Benedikt von Loebell/World Economic Forum
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A ministra das Relações Exteriores do Equador, Gabriela Sommerfeld, afirmou nesta quarta-feira 17 no Fórum Econômico Mundial em Davos que o país caiu “muito baixo”, devido à atual situação de insegurança causada pela violência do crime organizado.

Cerca de 20 organizações semeiam o terror no Equador e seu poder de dentro das prisões, em represália às políticas de linha-dura do governo para enfrentar esses grupos, em um país que até poucos anos atrás considerado tranquilo.

“O país ficou paralisado pelo medo e pela falta de oportunidade. Caímos muito baixo”, disse a chanceler, que tentava explicar a um grupo de líderes políticos e empresariais a origem da onda violenta que deixou 19 mortos no país.

A crise de segurança que o Equador atravessa desde 9 de janeiro foi deflagrada pela fuga de um dos mais temidos chefões do narcotráfico, Adolfo Macías, conhecido como “Fito”, de sua prisão em Guayaquil. Na sequência, vieram motins nos presídios, sequestros de policiais e ataques com explosivos.

O país atingiu “um ponto em que a criminalidade, o crime organizado, está tomando o controle”, declarou Sommerfeld nesta cidade dos Alpes Suíços.

“Esses grupos organizados, violentos, que intimidam os cidadãos, fizeram muitas empresas fecharem”, afirmou a chanceler, estimando que, “em 2022, 40.000 empresas tiveram de fechar”, em parte devido ao crime organizado.

Sommerfeld disse que “apenas sete em cada dez equatorianos têm pleno emprego”, e “o primeiro gerador de trabalho são as pequenas, médias e microempresas”, as mais afetadas pela violência.

Para enfrentar essa escalada, o presidente Daniel Noboa declarou o país em “conflito armado interno”, concedeu “status” beligerante às gangues – que assim se tornam alvos militares – e mobilizou 22.400 membros das Forças Armadas em todo o país.

Apesar de serem “problemas enraizados em um país pequeno como o Equador, a responsabilidade não recai apenas sobre o Equador”, frisou.

“Somos um país de trânsito do narcotráfico (…) É aí que entra a cooperação, e tenho a satisfação de dizer que o Equador tem tido um grande apoio internacional”, declarou.

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