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Brasileiro detido abre ação contra o governo britânico

David Miranda, companheiro do jornalista Glenn Greenwald (foto), quer recuperar itens confiscados pela polícia que o interrogou sob a lei antiterrorista

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O brasileiro David Miranda, companheiro do jornalista norte-americano que publicou documentos secretos dos EUA vazados por Edward Snowden, abriu uma ação judicial contra o governo do Reino Unido. Ele foi detido por autoridades britânicas no domingo 18, por nove horas no aeroporto londrino de Heathrow sob a lei britânica antiterrorista. O anuncio foi feito nesta terça-feira 20 por Alan Rusbridger, editor do jornal The Guardian.

David Miranda é o companheiro de Glenn Greenwald, jornalista do Guardian e contato-chave do ex-analista de inteligência da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA. “David Miranda entrou com uma ação a respeito do material que lhe foi confiscado durante o interrogatório e sobre o modo como foi tratado”, declarou Rusbridger, à BBC.

Segundo o editor, o brasileiro deseja recuperar o material sem que ele seja copiado. Miranda afirmou que teve seu notebook e cartões de memória confiscados durante o interrogatório. “David Miranda não é jornalista, mas desempenha um papel importante ao ajudar seu companheiro em seu trabalho jornalístico”, disse o Guardian.

Rusbridger revelou ainda que o governo britânico obrigou o jornal, sob a ameaça de uma ação judicial, a destruir documentos ligados ao caso Snowden. O editor afirma ter sido contatado “por um funcionário muito importante do governo”, que representaria a opinião do primeiro-ministro, David Cameron.

Teriam havido dois encontros com o ‘funcionário’, que “pediu a entrega ou a destruição de todo o material com o qual estávamos trabalhando”. As reuniões ocorreram no momento em que o jornal publicava as revelações de Snowden sobre os programas de vigilância eletrônica da NSA e de sua correspondente britânica, o GCHQ, baseadas em milhares de documentos secretos obtidos pelo ex-analista.

Em um artigo publicado nesta terça-feira no Guardian, Rusbridger afirma que as autoridades lhe disseram: “já se divertiu, agora queremos que nos entregue a coisa”. “Depois ocorreram vários encontros com gente menos conhecida de Whitehall (onde está situado o gabinete do premier) e a exigência era sempre a mesma: entregue o material Snowden ou o destrua. Já conseguiram o debate, parem de escrever sobre isto.”

“E então aconteceu um dos momentos mais estranhos da longa história do The Guardian: dois especialistas do GCHQ assistiram à destruição dos discos rígidos nos porões do jornal para assegurar que não restaria nada do interesse de agentes chineses”, concluiu Rusbridger.

Com informações AFP.

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