Mundo

‘Brasil troca Direitos Humanos por valores familiares’, diz Guardian

Imprensa internacional destaca escolha de Damara Alves, meio ambiente, corrupção e finanças

A futura ministra já participou de campanhas para evangelizar índios
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A nomeação de Damares Alves para a nova pasta de Mulher, Família e Direitos Humanos foi destacada pelo diário britânico The Guardian como sinal de que o governo Bolsonaro de fato “troca os Direitos Humanos pelos valores familiares”. O jornal cita o fato de que o novo ministério também cuidará dos cerca de 900 mil indígenas do País – lembrando que a pastora evangélica já participou de campanhas de conversão religiosa de tais populações.

A reportagem observa que Alves é contrária ao aborto e resgata uma declaração da futura ministra, feita em 2016, de que  “era chegada a hora de a igreja governar”.

Além disso, explica que a nova mandatária diz acreditar que as mulheres nasceram para serem mães.

O jornal ouviu pessoas de diversas áreas que ficarão sob a tutela do recém criado ministério, todas críticas à escolha de Alves. “O pior nome possível”, disse à reportagem um funcionário da Funai. Já o diretor da Aliança Nacional LGBTI, Toni Reis, disse que apesar das dificuldades previstas, vai trabalhar para estabelecer um diálogo com a nova ministra.

‘Párias ambientais’

Bolsonaro foi retratado como vilão do clima em cúpula ambiental na Polônia neste sábado (AP)

O também britânico The Independent diz que o Brasil caminha rapidamente para mudar sua imagem internacional, de líder na defesa do meio ambiente à pária ambiental. A reportagem destaca que o progresso na contenção do desmatamento da Amazônia, verificado durante a última década, já dá sinais de queda. Lembra também que Bolsonaro, assim como o presidente dos EUA, Donald Trump, diz não acreditar em mudanças climáticas.

O jornal diz que a reputação construída a partir da Rio 92 – conferência internacional que abriu caminho para discussões sobre as mudanças climáticas – sofreu um duro golpe com a decisão de Bolsonaro, que já anunciou intenção de desistir de sediar o encontro global sobre o tema no ano que vem.

‘Gabinete da corrupção’

O site americano The Intercept publicou uma reportagem analisando a diferença do discurso anticorrupção praticado por Bolsonaro na campanha presidencial e os nomes escolhidos para compor seu governo, na maioria envolvidos em escândalos. “Fica claro que seus discursos contra a corrupção eram nada além de palavras vazias. De aliados que estiveram próximos durante seu primeiro discurso como presidente eleito, à equipe de transição nomeada, Bolsonaro escolheu ao menos sete nomes manchados por escândalos, de processos e investigações oficiais à condenações criminais e confissões de culpa”.

‘Mercado dá até junho para Brasil acertar suas contas’

Uma das bíblias financeiras internacionais, a revista americana Forbes, disse que investidores globais devem aguardar até o final do primeiro semestre de 2019 antes de retirar seus capitais do Brasil. Até lá, eles esperam ver sinais de que o novo governo aprove leis para acertar as contas brasileiras, em especial, da previdência.

A Forbes diz que um dos problemas da economia brasileira é gastar com o funcionalismo público 3 % do PIB, mas não crescer à esta taxa, coisa que não ocorre há oito anos.

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