Mundo

Brasil pode liderar processo de paz na Ucrânia, diz novo embaixador do país

Andrii Melnyk, recém-chegada a Brasília, fez novo pedido para que o Brasil envie armas para a Ucrânia

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Apoie Siga-nos no

O novo embaixador ucraniano no Brasil, Andrii Melnyk, pretende estimular a diplomacia brasileira a conduzir o processo de paz entre Ucrânia e Rússia. Recém-chegado a Brasília (DF), Melnyk concedeu entrevista à rede DW na última terça-feira 27, e disse que o Brasil poderia fornecer ajuda humanitária à Ucrânia com o envio de armas.

Para o embaixador, que esteve na Alemanha entre 2015 e 2011, a diplomacia brasileira “faz parte das mais fortes do mundo, com grande tradição”. Ele destacou que não apenas o Itamaraty, mas a sociedade do país pode influenciar a Rússia a libertar crianças, que a Ucrânia denuncia que foram sequestradas.

Para ele, o Brasil pode “ajudar a aliviar as consequências da guerra”, mesmo se mantendo neutro. Em entrevistas e declarações oficiais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) costuma criticar o avanço da guerra e os poucos esforços – na sua visão – pelo fim do conflito. “O Brasil também poderia ajudar a liberar essas áreas [que contêm minas, na Ucrânia], enviando especialistas que podem ajudar a tornar possível o retorno seguro dos moradores”, disse o novo embaixador. 

O embaixador ucraniano fez questão de asseverar que a decisão de enviar ou não armas à Ucrânia deve respeitar a soberania brasileira. Ele disse que é preciso ter noção da “natureza maligna desta guerra”. Em outras ocasiões, Lula já recebeu pedidos – do primeiro-ministro da Alemanha, inclusive – por envio de armas, mas o Brasil vem se recusando a enviar.

Melnyk reconheceu os esforços do Brasil para alcançar a liderança global nas negociações para a paz, mas disse que o país tem “uma obrigação moral” de estar “mais engajado e mostrar esta liderança para que outros possam seguir”.

No encontro que teve com Volodymyr Zelensky, na semana passada, em Nova York, Lula tratou da necessidade de se criar uma espécie de “clube da paz”. Segundo o petista, é necessário que os dois países envolvidos possam ceder em suas demandas, para que o fim do conflito aconteça.

Melnyk, porém, reconhece que negociar a paz, neste momento, “faria pouco sentido”. “Não há a mínima confiança sobre o que o chefe do Kremlin [Vladimir Putin] diz ou faz”, apontou. Ele pontuou, entretanto, que confia que o Brasil possa “preparar o terreno para essas negociações”. A paz duradoura, na sua visão, não será atingida através de um cessar-fogo.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo