‘Brasil não vai gastar em guerra’, diz Lula ao criticar aumento de gastos militares dos países ricos

Para o brasileiro, boa parte dos recursos dispensados em armas e outros insumos para a guerra poderiam ser usados no combate a desigualdades no mundo; ele tornou a cobrar repasses para proteção da Amazônia

Foto: Mauro PIMENTEL / AFP

Apoie Siga-nos no

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teceu críticas aos países ricos, na edição desta segunda-feira 14 do programa “Conversa com o Presidente”. O petista afirmou, mais uma vez, que os países mais ricos devem “fazer o pagamento de uma dívida com o planeta Terra” ao ajudar a Amazônia, e se mostrou contrário ao patamar atual de gastos globais em Defesa.

“No ano passado, os países ricos gastaram mais de 2 trilhões de dólares em guerra”, afirmou Lula. “A diferença é que o Brasil não quer gastar em guerra. Queremos investir em programas para mudar a vida das pessoas”, disse o presidente.

Em 2022, os gastos militares globais somaram 2,2 trilhões de dólares, o que representou um aumento de 3,7% na comparação com o ano anterior. Os dados são do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês), que também mostrou que, juntos, Estados Unidos, China e Rússia representaram 56% dos gastos militares do mundo. Por seu turno, a Europa teve o maior aumento de gastos militares em 30 anos.

Na entrevista de hoje, Lula disse que a questão deve ser discutida no âmbito dos Brics – o grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. “A questão da desigualdade é urgente”, afirmou Lula, que apontou que pretende “fazer uma reversão do que está sendo feito”. “Ao invés de colocar dinheiro em guerras, investigar para combater a fome”, afirmou.

Na edição desta segunda da live semanal, Lula tornou a fazer as cobranças por mais dinheiro para a preservação da Amazônia. A posição já havia sido externada na Cúpula que discutiu o tema ambiental na região.

“É muito simples compreender. Os países ricos tiveram sua introdução na Revolução Industrial bem antes que o Brasil. Então, são responsáveis pela poluição do planeta, conseguiram derrubar todas as suas florestas antes de nós”, explicou Lula sobre sua insistência no assunto.


“A situação é essa: queremos essa contribuição de vocês e isso não é favor, é pagamento de uma dívida que vocês têm com o planeta Terra. Não queremos ajuda, queremos um pagamento efetivo. É como se tivessem pagando uma coisa que devem à humanidade, a gente preservar as atuais florestas”, afirmou o brasileiro na transmissão.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.