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Brasil fecha embaixada na Síria

Violência nas ruas de Damasco faz Dilma Rousseff pedir a embaixador que deixe o País por via terrestre; mais de 300 pessoas morrem num dia no país

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Renata Giraldi*


Repórter da Agência Brasil

Brasília – O embaixador do Brasil no país, Edgard Casciano, deixou a capital síria, Damasco, com destino a Beirute, no Líbano, por via terrestre. Ele foi orientado pelo governo da presidenta Dilma Rousseff a fechar a Embaixada do Brasil em Damasco. A ordem foi retirar os funcionários e passar a atender às demandas em Beirute. Casciano aguarda ainda orientações de Brasília para pôr em prática o plano de retirada dos brasileiros que moram na região.

O governo brasileiro esperou sinalizações do embaixador para definir o momento adequado para o fechamento da embaixada. O plano de retirada dos brasileiros pode ser executado nas próximas horas. Mas só será informado, segundo diplomatas disseram à Agência Brasil, quando ocorrer, para evitar riscos à segurança dos envolvidos.

Casciano disse ainda que a violência se agravou nas ruas das principais cidades aumentando o medo e o pavor não só de estrangeiros, como também de sírios. “Impossível pôr os pés na rua com tantos tiros.  É uma situação extremamente problemática”, disse ele.

O embaixador acrescentou também que a violência na capital síria atingiu tal situação que ontem ele se viu obrigado a não abrir a representação brasileira. Segundo ele, são os dias mais violentos a que assistiu no país. “Helicópteros sobrevoavam constantemente e dava para ouvir muitas explosões que, pela intensidade, eram consequência de armas pesadas.”

Há quatro anos em Damasco, a capital da Síria, Casciano disse que a situação na capital é muito tensa e já não há garantias de segurança para as embaixadas estrangeiras no bairro. “Até cogitamos que o governo brasileiro enviasse agentes de segurança para proteger a embaixada. Mas, com o aeroporto fechado, a ideia foi deixada de lado”.

A estimativa é que existam cerca de 3 mil brasileiros na Síria, a maioria na região de Damasco, mas há uma comunidade na região de Latakia e Tartous, na costa do país, reduto de alauítas (grupo sectário ao qual pertence o presidente Bashar Al Assad) e cristãos. De acordo com o embaixador, o número é apenas uma estimativa, pois muitos brasileiros deixaram o país antes do agravamento da situação.

Para Casciano, o clima é de “guerra aberta” na Síria. Ele disse que seus amigos sírios se mostram muito preocupados e com medo do futuro. “A guerra em Damasco os deixou extremamente apavorados”, disse ele.

Mais de 300 pessoas morreram em um dia

A violência na Síria provocou a morte de mais de 300 pessoas na quinta 19 no país, segundo organizações não governamentais (ONGs), incluindo o chefe da Segurança Nacional, Hicham Ikhtiar. Ele havia ficado ferido há dois dias quando um homem-bomba provocou uma explosão no centro de Damasco, mas não resistiu e morreu. Os ministros da Defesa, Daoud Rajha, e do Interior, Assef Shawkat, cunhado do presidente sírio, Bashar Al Assad, morreram no mesmo incidente.

O ataque, ocorrido há dois dias, foi assumido pelo Exército Sírio Livre, que combate os agentes de segurança do governo Bashar Al Assad. Há 16 meses a onda de violência atinge o país, deixando mais de 16 mil mortos, inclusive crianças.

De acordo com a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos, ontem foi um dos dias mais violentos no país desde que eclodiram os conflitos na região, em março de 2011. “É o balanço mais pesado desde o início da revolta, quer seja para os civis, rebeldes ou soldados”, disse o presidente da organização, Rami Abdel Rahmane.

*Com informações da BBC Brasil  e Agência Lusa// Edição: Juliana Andrade

Renata Giraldi*


Repórter da Agência Brasil

Brasília – O embaixador do Brasil no país, Edgard Casciano, deixou a capital síria, Damasco, com destino a Beirute, no Líbano, por via terrestre. Ele foi orientado pelo governo da presidenta Dilma Rousseff a fechar a Embaixada do Brasil em Damasco. A ordem foi retirar os funcionários e passar a atender às demandas em Beirute. Casciano aguarda ainda orientações de Brasília para pôr em prática o plano de retirada dos brasileiros que moram na região.

O governo brasileiro esperou sinalizações do embaixador para definir o momento adequado para o fechamento da embaixada. O plano de retirada dos brasileiros pode ser executado nas próximas horas. Mas só será informado, segundo diplomatas disseram à Agência Brasil, quando ocorrer, para evitar riscos à segurança dos envolvidos.

Casciano disse ainda que a violência se agravou nas ruas das principais cidades aumentando o medo e o pavor não só de estrangeiros, como também de sírios. “Impossível pôr os pés na rua com tantos tiros.  É uma situação extremamente problemática”, disse ele.

O embaixador acrescentou também que a violência na capital síria atingiu tal situação que ontem ele se viu obrigado a não abrir a representação brasileira. Segundo ele, são os dias mais violentos a que assistiu no país. “Helicópteros sobrevoavam constantemente e dava para ouvir muitas explosões que, pela intensidade, eram consequência de armas pesadas.”

Há quatro anos em Damasco, a capital da Síria, Casciano disse que a situação na capital é muito tensa e já não há garantias de segurança para as embaixadas estrangeiras no bairro. “Até cogitamos que o governo brasileiro enviasse agentes de segurança para proteger a embaixada. Mas, com o aeroporto fechado, a ideia foi deixada de lado”.

A estimativa é que existam cerca de 3 mil brasileiros na Síria, a maioria na região de Damasco, mas há uma comunidade na região de Latakia e Tartous, na costa do país, reduto de alauítas (grupo sectário ao qual pertence o presidente Bashar Al Assad) e cristãos. De acordo com o embaixador, o número é apenas uma estimativa, pois muitos brasileiros deixaram o país antes do agravamento da situação.

Para Casciano, o clima é de “guerra aberta” na Síria. Ele disse que seus amigos sírios se mostram muito preocupados e com medo do futuro. “A guerra em Damasco os deixou extremamente apavorados”, disse ele.

Mais de 300 pessoas morreram em um dia

A violência na Síria provocou a morte de mais de 300 pessoas na quinta 19 no país, segundo organizações não governamentais (ONGs), incluindo o chefe da Segurança Nacional, Hicham Ikhtiar. Ele havia ficado ferido há dois dias quando um homem-bomba provocou uma explosão no centro de Damasco, mas não resistiu e morreu. Os ministros da Defesa, Daoud Rajha, e do Interior, Assef Shawkat, cunhado do presidente sírio, Bashar Al Assad, morreram no mesmo incidente.

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