Países que integram a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos, a Celac, divulgaram uma declaração conjunta em que pedem cessar-fogo humanitário imediato na Faixa de Gaza e apontam “intransigência” do governo de Israel. O documento tem 24 signatários, entre eles o Brasil.
O texto destaca a morte de 30 mil palestinos desde o início dos ataques israelenses e reforçam a exigência da Assembleia Geral das Nações Unidas pela interrupção do conflito.
“Conscientes da intransigência refletida nas declarações do governo de Israel e do agravamento da crise humanitária em Gaza, deploramos o assassinato de civis israelenses e palestinos, incluindo os cerca de 30 mil palestinos mortos desde o início da incursão de Israel em Gaza, e manifestamos profunda preocupação com a situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza e com o sofrimento da população civil palestina”, dizem.
“Endossamos fortemente a exigência da Assembleia Geral das Nações Unidas de um cessar-fogo humanitário imediato em Gaza e de que todas as partes no conflito cumpram o direito internacional, nomeadamente no que diz respeito à proteção de civis”, afirmam os países.
Os chefes de Estado signatários também reivindicam que se tome nota dos casos em curso perante a Corte Internacional de Justiça “para determinar se a ocupação continuada do Estado da Palestina pelo Estado de Israel constitui uma violação do direito internacional e se o ataque de Israel a Gaza constituiria genocídio”.
Os países exigem ainda a “libertação imediata e incondicional” de todos os reféns e a garantia de acesso humanitário às áreas afetadas, além de manifestar apoio à Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras aos Refugiados da Palestina.
Em um dos tópicos, a Celac recorda resoluções da Assembleia da ONU e do Conselho de Segurança e reitera “a importância crucial do estabelecimento de dois Estados, Israel e Palestina, vivendo lado a lado dentro de fronteiras seguras e reconhecidas”.
O bloco informa também que foi convocado um mecanismo para monitorar o impacto da incursão israelense na Palestina, sob a presidência pro tempore de Honduras.
Em nota, o governo brasileiro declarou que o documento “amplia o clamor da comunidade internacional por um cessar-fogo”. Durante a reunião, o presidente Lula (PT) chamou a operação israelense de “carnificina”.
A reunião ocorreu na última semana, em Kingstown, em São Vicente e Granadinas.
Veja os países que assinaram o documento
- Antígua e Barbuda;
- Bahamas;
- Barbados;
- Belize;
- Bolívia;
- Brasil;
- Colômbia;
- Cuba;
- Chile;
- Dominica;
- República Dominicana;
- Granada;
- Guiana;
- Haiti;
- Honduras;
- Jamaica;
- México;
- Nicarágua;
- São Cristóvão e Neves;
- Santa Lúcia;
- São Vicente e Granadinas;
- Suriname;
- Trinidad e Tobago;
- Venezuela.
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