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Brasil deve registrar quase 90 mil mortes por covid-19 até agosto, diz estudo americano

Ainda de acordo com a projeção, São Paulo seria o estado mais afetado com 36 mil óbitos; o Paraná, o menos afetado com 245 mortos

Manaus é uma das capitais mais atingidas pelo novo coronavírus. Foto: Alex Pazuello
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O Brasil deve registrar cerca de 88,3 mil mortes por Covid-19 até o dia 4 de agosto deste ano. O número está no novo relatório do Instituto para Métrica e Avaliação de Saúde (IHME, na sigla em inglês) da Escola de Medicina da Universidade de Washington, divulgado nesta quarta-feira 13.

O documento inclui ainda projeções para oito estados do país, os primeiros a registrarem mais de 50 casos. São Paulo deve ser o ente da federação mais afetado, com quase 39 mil óbitos e o Paraná o mais poupado, com menos de 250.

O cenário pode ser mais ou menos desolador, a depender dos desdobramentos desta crise no país. A projeção é feita com base em uma espécie de fotografia do momento.

Como esses números são calculados por estatísticas matemáticas e consideram uma série de variáveis que serão atualizadas frequentemente, eles levam em conta uma faixa de flutuação. Isso quer dizer que, na melhor das hipóteses, o país poderá contar neste período indicado pelo estudo com 30,3 mil mortos pelo novo coronavírus, e 193,8 mil, na pior.

“Desafio assustador”

“As projeções do IHME para o óbitos no Brasil indicam claramente que sistema de saúde público do país está enfrentando um desafio assustador”, disse o diretor do instituto, Christopher Murray. “O nosso objetivo ao anunciar esses dados é informar às autoridades que determinam as políticas para que possam agir e se mobilizar para lidar com a Covid-19”, completou.

Murray afirma que outros estados do país devem ser acrescentados ao estudo e reitera que as estimativas do IHME serão revistas na medida em que novos dados forem incorporados e analisados pelas pesquisas. O Brasil teve 11.519 mortes pelo novo coronavírus contabilizadas oficialmente até terça-feira, quando o número de casos chegava a 168.331.

O estudo destaca ainda a preocupação com a falta de recursos necessários para que o país possa lidar com a pandemia. Estima que o Brasil tem um déficit de mais de 3.000 leitos de tratamento intensivo, número que deve crescer ao longo da crise. A falta de leitos deve afetar os estados de maneira diferente. Segundo o IHME, só no Amazonas faltavam 1.000 leitos de tratamento intensivo até terça-feira, assim como em São Paulo.

O documento também apresenta estimativas para os outros países da região mais afetados pelo vírus: México (6,8 mil; com faixa de 3,6mil a 16,8 mil) Peru (6,4 mil; com faixa de 2,7 mil a 21,7 mil) e Equador 5,2 mil; com faixa de 4,8 mil a 6,1 mil). O levantamento foi feito com a ajuda da Organização Panamericana de Saúde e a rede de colaboradores do IHME, que já somam mais de 5 mil pessoas em 150 países.

“É importante para os países e regiões olharem com atenção a capacidade dos hospitais, recursos necessários, e a atual trajetória dos casos do novo coronavírus. A epidemia na América Latina está acontecendo depois da Europa. É hora de sermos vigilantes, acompanhar os dados e implementar as medidas de saúde pública relevantes”, disse o diretor-assistente da organização, Jarbas Barbosa.

Projeções

O instituto ainda atualizou as projeções que já havia feito para os óbitos nos Estados Unidos em 147 mil. Trata-se de 10 mil mortes a mais do que esperava há alguns dias.

As projeções do IHME de mortes por Covid-19 em oito estados brasileiros: (*os dados são projetados até 4 de agosto de 2020)

· São Paulo: 36.811 óbitos (Faixa de 11.097 a 81.774)

· Rio de Janeiro: 21.073 óbitos (Faixa de 5.966 a 51.901)

· Pernambuco: 9,401 óbitos (Faixa de 2.468 a 23.026)

· Ceará: 8.679 óbitos (Faixa de 2.894 a 18.592)

· Maranhão: 4.613 óbitos (Faixa de 868 a 12.661)

· Bahia: 2.443 óbitos (Faixa de 529 a 8.429)

· Paraná: 245 óbitos (Faixa de 170 a 397)

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