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Brasil, Colômbia e México cobram atas e ressaltam que solução tem de partir da Venezuela

Governos Lula, Petro e AMLO pedem ‘máxima cautela’ em protestos e defendem que não haja repressão a manifestantes

Brasil, Colômbia e México cobram atas e ressaltam que solução tem de partir da Venezuela
Brasil, Colômbia e México cobram atas e ressaltam que solução tem de partir da Venezuela
Foto: Pedro Rances Mattey/AFP
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Os governos de Brasil, Colômbia e México publicaram, nesta quinta-feira 8, um novo comunicado conjunto no qual cobram a divulgação das atas da eleição presidencial na Venezuela. Reforçam, porém, que as soluções para o atual impasse devem partir dos próprios venezuelanos, não de outros países.

As três nações signatárias da nota desta quinta são governadas por presidentes de esquerda: Lula (PT), no Brasil; Gustavo Petro, na Colômbia; e Andrés Manuel López Obrador, no México.

Segundo o texto, os países “consideram fundamental a apresentação pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela dos resultados das eleições presidenciais de 28 de julho de 2024 desagregados por mesa de votação”.

Nesta semana, o chefe do Conselho Nacional Eleitoral, Elvis Amoroso, entregou ao Tribunal Supremo de Justiça as atas das eleições, após o presidente Nicolás Maduro pedir à Corte que “certifique” o processo, em meio a denúncias de fraude da oposição.

Em uma plataforma na internet, a oposição alega que Edmundo González Urrutia teria vencido Maduro por 67% a 30%. Por outro lado, na última sexta 2, o CNE ratificou a vitória do chavista por 51,9% a 43% dos votos.

“Ao tomarem nota da ação iniciada perante o TSJ sobre o processo eleitoral, partem da premissa de que o CNE é o órgão a que corresponde, por mandato legal, a divulgação transparente dos resultados eleitorais”, prosseguem Brasil, Colômbia e México.

Segundo o trio, a verificação imparcial dos resultados significa respeito à soberania popular. Com as ruas em ebulição na Venezuela, os governos também instam os atores políticos e sociais a exercerem “máxima cautela e moderação em manifestações e eventos”, ao mesmo tempo em que exigem das forças de segurança venezuelanas a garantia ao exercício do direito de protestar.

Brasil, Colômbia e México enfatizaram a convicção de que “as soluções da situação atual devem surgir da Venezuela”.

“Nesse sentido, reiteram sua disposição de apoiar os esforços de diálogo e busca de entendimentos que contribuam à estabilidade política e à democracia no país”, completam.

Leia o texto na íntegra:

“Os ministros das Relações Exteriores de Brasil, Colômbia e México, por mandato de seus respectivos presidentes, reuniram-se de maneira virtual no dia de ontem, 7 de agosto de 2024, para continuar dialogando sobre a situação atual na Venezuela.

Consideram fundamental a apresentação pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) dos resultados das eleições presidenciais de 28 de julho de 2024 desagregados por mesa de votação. Ao tomarem nota da ação iniciada perante o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ) sobre o processo eleitoral, partem da premissa de que o CNE é o órgão a que corresponde, por mandato legal, a divulgação transparente dos resultados eleitorais.

Reafirmam a conveniência de que se permita a verificação imparcial dos resultados, respeitando o princípio fundamental da soberania popular. Ademais, reiteram o chamado aos atores políticos e sociais do país para que exerçam a máxima cautela e moderação em manifestações e eventos públicos e às forças de segurança do país para que garantam o pleno exercício desse direito democrático dentro dos limites da lei. O respeito aos Direitos Humanos deve prevalecer em qualquer circunstância.

Expressando, uma vez mais, seu respeito à soberania e vontade do povo venezuelano, anunciam que continuarão a manter conversas de alto nível e enfatizam sua convicção e confiança de que as soluções da situação atual devem surgir da Venezuela. Nesse sentido, reiteram sua disposição de apoiar os esforços de diálogo e busca de entendimentos que contribuam à estabilidade política e à democracia no país”.

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