Mundo
Brasil acompanha com preocupação movimentação militar dos EUA perto da Venezuela, diz Amorim
O diplomata ressaltou ainda que a posição do governo brasileiro é contrária a qualquer interferência em assuntos internos do País vizinho


O diplomata Celso Amorim, Assessor Especial da Presidência para Assuntos Internacionais, disse acompanhar com “preocupação” o deslocamento de navios de guerra dos Estados Unidos para a região do Caribe, próximo à Venezuela. As declarações foram nesta quarta-feira 20 durante uma audiência na Câmara dos Deputados.
Na terça-feira, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que a gestão Donald Trump se prepara para “usar toda sua força” para frear o “fluxo de drogas em direção ao País”, após ser questionada sobre o envio de três navios com 4.000 para as águas do Caribe. A operação militar ocorre em meio à pressão contra cartéis, o tráfico de fentanil e outras drogas ilícitas aos EUA.
“Acho que a não intervenção é fundamental”, frisou o ex-chanceler após ser questionado sobre o tema. “Quando houve as eleições, tivemos dúvidas, evitamos cumprimento, mas mantivemos a relação, que é de Estado a Estado. Ter boas relações não é uma escolha, e sim uma imposição da geografia“. A fala faz referência ao resultado da reeleição de Nicolás Maduro, que não foi reconhecida pelo Brasil.
Convocado a falar na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Amorim ressaltou ainda que a posição do governo brasileiro é contrária a qualquer interferência em assuntos internos da Venezuela.
“Até durante o período de governo militar, o Brasil agiu sempre sem nunca aceitar a ideia da intervenção externa e nos preocupa a presença de barcos de guerra muito próximos da costa da Venezuela e o risco sobretudo com as declarações de que ele pode ser a força total dentro dessa digamos misturas da questão do combate ao crime organizado que deve ser combatido, mas com a cooperação dos países e não com intervenções unilaterais”, concluiu.
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